quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Pé Na Estrada + Review Grito Underground Dia 1


     Pois é galera, no último sábado eu me dirigi até Butiá onde estava ocorrendo o festival tradicional da cidade, o Grito Underground. Nessa estrada onde coloquei meu pé, fui arrastado pela banda Avalanche - O principal motivo d'eu ter faltado na festa comemorativa de 1 ano do blog, my bad brothers. A viagem foi muito bacana e foi uma oportunidade para conhecer melhor a banda, conhecer de perto. Eu pessoalmente já conhecia todos menos o Alan, mas nunca tinha visto a banda por detrás dos palcos - a viagem foi um tanto esclarecedora. No carro 1 foram o Top e respectiva donzela, o Kurt também acompanhado e o Alan. Sobre o que rolou lá, só sei que deixou o top com cãibras e pressão baixa. No carro 2 fomos eu, minha princesa, o Marcos, a namorada do batera e o primo (??) dela.

      Não que eu não conhecesse o Marcos antes, porque de fato somos amigos muito próximos e já dividimos os palcos na Joker Dogs. Porém, pegar a estrada com ele em uma banda nova foi diferente. Que ele é um cara que dá o sangue pela banda eu já sabia, o cara foi tocar com o pé enfaixado. Já não foi moleza pra ele dirigir até lá, daí o show era o penúltimo da noite, tinha a viagem de volta, carregar os apetrechos, se instalar... Foda. A banda toda, de fato, anda dando um duro para continuar de pé. No Blackout Rock Festival o Top falou, e não me esqueço, que 'Enquanto existir eu e o Kurt, a Avalanche vai em frente e é isso aí, rock n' roll' e é isso que está acontecendo. A banda não está muito unida na minha opinião, mas os caras se dão bem entre si e, o som, está muito bom - mas deixa isso para depois, quando estiver falando do show.

      Chegando em Butiá eu fiquei impressionado. O lugar era muito menor do que na minha imaginação mas estava para me surpreender ainda mais. Tinha um público favorável, porém, o ambiente do palco era o menor que já vi. Mais de 200 pessoas compareceram mas apreciando o show não comportava mais que 50. Para os que tomaram a reclamação foi unânime: A cerveja estava quente. Estava sendo trazida diretamente do freezer para as geladeiras do bar que não tinham a temperatura adequada - sem contar que só tinha Skol (yuck!)

     Mas claro, claro que isso fora um parágrafo um tanto pessimista. De fato, o festival fora melhor organizado que muitos que já compareci - tendo organizadores correndo em tudo quanto é canto e lado e um segurança que realmente circulava e aparava todos conflitos (ou proibia eles de acontecer, pois, eu não vi nenhum). Também oferecia uma barraquinha de souvenirs e um lanche muito maluco, chamado Entrevero que consistia em 4 tipos de carne (Gado, Frango, Porco e Bacon [bacon é muito mais que porco, bacon é vida]) com pimentão, cebolas e alho. Quem comeu disse que foi uma coisa from hell. O som no ambiente do palco estava ótimo também, sendo regulado por um organizador individualmente a cada show e com monitoramento (o cara era igualzinho ao Scott Ian do Anthrax). Então, de fato, vi detalhes que me deixaram impressionado, que deram de 10 em muito festival que já fui.

Badass

     O equipamento oferecido também era de primeira, com um amplificador com falantes celestion, uma bateria pearl, um microfone sennheiser... Mas chega de detalhes. A primeira banda a estourar os ouvidos fora a Sastras, uma das melhores da cidade. O power metal/goth metal/tuliruliru metal deles agitou a galera bastante e teve direito a um novo single da banda, 'fronteira', que está sendo gravado e o EP da banda está previsto para o final desse ano ainda. As próprias foram a prioridade do show, e eram ótimas (francamente, nunca vi tanto solo). E no final do show, pudemos ouvir covers, dentre os quais destaco Aces High que é a minha favorita do Iron Maiden - e deixaram a galera num gostinho de quero mais quando começaram o riff da clássica The Trooper e pararam, terminando o show aos protestos.

Artwork na parede do bar - Tri da massa
Devo confessar que rateei em não tirar foto do show, mas consegui essa diretamente no backstage

     A segunda banda foi a Petit Mort, banda que veio diretamente da Argentina para o festival. O som dos caras era fenomenal, um alternativo grunge pesado do caramba. Tocaram próprias e um cover muito interessante de That's The Way(I Like It). O pequeno power trio fez um som de derrubar paredes com o baixo distorcido e em acordes, a guitarra berrando e o baterista usando toda a energia vital. Outro detalhe, a banda não parava de se mexer 1 segundo - tirando o baterista que é um tanto impedido e a vocalista que às vezes tem que estar perto do microfone, mas nos outros momentos foi insano. Som bom, presença de palco ótima, ótima banda.     























Espero que as fotos tenham conseguido captar ao menos um pouco da presença de palco dos caras
     A terceira a subir no palco foi a Dévil Évil. Essa banda eu nem sei o que dizer - achei demais e uma droga ao mesmo tempo. As músicas eram monovérsicas, isto é, se ouvia o mesmo verso over and over como lavagem cerebral, com duas vozes se entrelaçando e em meio a tudo isso uma zueira de solos barulhentos carregados de fuzz e efeitos lunáticos. O extremo do experimentalismo nu e cru - Botando muita banda cheia de técnica no chinelo das emoções.


Flanger *-*

     E, finalmente, sobe às luzes a Avalanche. A primeira banda da noite a apresentar um repertório só de covers e me chamou muito a atenção. Eu havia presenciado um show deles fazia muito tempo e os caras deram um salto enorme no show. O som da guitarra do Alan casou muito bem com o amplificador da casa e as músicas foram escolhidas na emoção do momento, com direito a músicas novas e que botaram meus cabelos no ar, como Modern Day Delilah, Wicked Game e Poison Heart - Essa última me deixou de cabelo em pé, pois como um fã de carteirinha dessa música, nunca imaginei que ia ver Ramones com um solo legal e fiquei impressionado com o sweep do guitarra, encaixou muito legal. E é claro, as clássicas, como Piece of Me e Look What The Cat Dragged In (essa, eu sugeri aos berros e acabei recebendo uma dedicatória).




















     A última banda que iria subir aos palcos eu não consegui ver devido à extrema exaustão do pessoal, que acabou indo dormir no carro antes do show, devido a um grande atraso da primeira banda (de 1 hora para ser mais preciso). Afinal, tínhamos uma longa viagem de volta.

 Momentos antes da jornada de volta

     Outro detalhe que eu não encontrei em Butiá: Rodas Punk, Headbangers abraçados, zoeira no público e gente bêbada passando mal e vomitando. Parece estranho mas se for pensar, é uma questão de gosto e até respeito. Falando em respeito, era proibido fumar dentro do bar e o guarda, como já citei, estava sempre circulando e pedindo para apagar. Foi um festival que deu para chegar em casa cheiroso, sem cerveja derramada, cigarros, suor...

     As bandas estavam todas ótimas dentro das suas propostas e achei isso demais. O público era pequeno comparado ao que vemos por aqui e o local também, mas mesmo assim bandas boas não deixaram de comparecer. Totalmente Excelente. E para quem queria comparecer aos 2 dias de evento, tinha espaço para barracas, que também não foram muito numerosas. Butiá pode se orgulhar do festival.

      E de bônus, alguns links extras:
Cover de Poison Heart da Avalanche
Petit Mort no Morrostock (video)
Facebook da Petit Mort
Site da Petit Mort onde podemos encontrar as músicas para download
O Facebook do festival para quem quiser ficar de olho nas novidades e ver mais sobre o festival

Lá no Camarim, com a Tampa

   Olá!

   Venho em edição extraordinária para divulgar mais uma edição do projeto "Lá no Camarim", que nesta quarta-feira conta com a banda Tampa. O evento começa às 20 horas, e tem entrada franca.

   O Espaço Camarim vem há um bom tempo se configurando como um ótimo espaço para os artistas e músicos santa-cruzenses, de diversos níveis. As bandas locais que focam em material próprio tem um ótimo espaço para divulgar sua música, e o público tem uma ótima oportunidade de apreciar a arte de quem leva o assunto de uma forma profissional.


   Também merece destaque o fato de que o Pablo Melo recentemente se tornou parte da Tampa, que agora tem dois guitarristas.

    Mais informações no evento do facebook


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Missão muy grata pt. I & II - Mestres afiados, legados mantidos


     Gurizada medonha: ainda extasiado pelo fim de semana, trago aqui minhas impressões misturadas sobre os shows de Jack Bruce e Robert Plant em Porto Alegre. Para quem se interessar, há relatos individuais tanto da passagem de Bruce quanto da vinda de Plant. Os que foram num ou noutro estão convidados a usar os comentários para elogiar, comentar, xingar, dizer que fulano ou beltrano é o máximo (ou que está totalmente acabado) e assim por diante.

***

     A primeira parte da autointitulada Missão muy grata consistia em ver, nos arredores do mesmo fim de semana, duas lendas extraídas da mesma frutífera época: o ex-baixista do Cream, Jack Bruce (que veio com sua Big Blues Band), e o eterno vocalista do Led Zeppelin, Robert Plant (que trouxe consigo a Sensational Space Shifters). Dois responsáveis diretos, pelas suas bandas, por delinear aqueles que seriam os pilares fundamentais do rock pesado nas décadas seguintes. E cujas primeiras (e talvez únicas) aterrissagens em terras sul-rio-grandenses não poderiam ser desprezadas.

Foto: Rio News/virgula.uol.com.br

     O primeiro a ser visto foi Bruce, que surgiu por trás das cortinas do Teatro do Bourbon Country na sexta-feira, 26. De cara, lascou um daqueles clássicos absolutos do gênero que a banda carrega no nome: First Time I Met the Blues, em versão power trio básico. Logo em seguida, veio ao palco o restante da formação, com teclado e naipe de metais. O reforço de contingente mostrou sua força já na terceira música da noite, Politician. O clássico do Cream, do álbum Wheels of Fire (1968), foi ovacionado logo de cara, com seu inconfundível riff, puxado pelo baixo trovejante de Bruce.
     O instrumento do capitão do time, diga-se, merece um parágrafo a parte. Por todo o show, o Warwick fretless (sem trastes) do homem esteve em volume consideravelmente mais alto do que o restante da banda. O sujeito da jaqueta preta ainda mostru extrema facilidade para executar seus fraseados fortes e precisos. Seu baixo literalmente estrondoso deu peso e consistência ao som de um grupo repleto de influências que não estavam necessariamente ligadas ao rock. Bruce ainda deixou o escudeiro de lado em alguns momentos para executar peças no teclado, como Theme for an Imaginary Western, de sua carreira solo.
     Como ex-membro de uma banda essencial na história do rock, é claro um número generoso de clássicos do Cream teriam de ser despejados. Assim, vieram ótimas versões para grandes músicas feito Born Under a Bad Sign, a obrigatória Spoonful (com mais de 10 minutos nada cansativos) e a dramática We’re Going Wrong. Nesta, o brilho foi todo do ótimo Tony Remy, guitarrista que executava cada nota com intensidade invejável. O guitarman fez as partes um dia gravadas por ninguém menos que o deus Eric Clapton sem abrir mão das suas características ou prescindir dos famosos bends blueseiros.
     A reta final do show chegou em altíssimo estilo: era a sensacional White Room, cuja introdução tocada de forma impecável exaltou os ânimos de um público que mantinha-se controlado e acomodado nas bem estofadas cadeiras do teatro. A seguir, um prolongado solo de bateria serviu de prenúncio ao momento mais aguardado da noite: Sunshine of Your Love. Neste momento, o respeito aos lugares numerados foi para o espaço com a excitação provocada por um dos melhores riffs já surgidos no rock’n'roll – e que teve uma roupagem interessante com o trio de sopros acompanhando as notas da guitarra. O sorridente Jack Bruce nem precisou pedir ao público que o ajudasse a cantar o refrão do maior clássico do Cream.
     A banda rapidamente deixa o palco e retorna para o bis, que trouxe o encerramento definitivo com outra música da lendária banda, o blues/rock Sitting on Top of the Wold. Terminava assim, com ares de aula, o show de Jack Bruce e seu grupo, que soube como poucos conduzir a mistura de um monte de nuances de blues e jazz. E que deu a certeza da obrigatoriedade do nome do sr. Bruce na lista do tema de casa de quem pretende estar autorizado a viver, tocar ou falar de rock’n'roll.

***

     Segunda-feira, volta ao trabalho e é na estrada de novo. Desta vez para ir ao Gigantinho ver o show de outra divindade rockeira: Robert Plant. Confesso que, para ver o velho Robert, cumpri uma espécie de trajetória de preparação. A euforia gerada pelo anúncio do show chegou a dar lugar a uma perda quase que absoluta de meus próprios horizontes (vide este meu post no Twitter). Foi a chave para buscar mais informações sobre o que andava fazendo este alemão (chê, aqui quem tem cabelo loiro é alemão e não tem papo) de voz endiabrada. Foi a chave, também, para que me despisse de preconceitos e fosse ao pequeno Gigante com a mente arejada para apreciar o que Plant e sua banda Sensational Space Shifters tinham a oferecer.
     Findado o show de abertura (a cargo de, pasmem, Renato Borghetti, o Borghettinho), era hora de deixar a ansiedade massagear cada centímetro de pele do corpo. Até que, às 21h35min, Plant & seus sensacionais entram no palco, sob óbvia ovação de um público que encheu a casa para tomar a bênção do mestre. A abertura, como de praxe na turnê brasileira, veio com a forte Tin Pan Alley, que incendiou os pobres mortais em suas partes mais rápidas. Não demorou muito e veio Friends, a primeira peça zeppeliana da noite. Arranjo certeiro e o vasto potencial vocal de Plant posto em combinação com as memórias daquelas 10 mil almas, num momento de celebração quase hipnótico.

Foto: Rodrigo Kampf
     Transbordando carisma, Plant não tirava a expressão alegre do rosto e interagia com o público em frases breves. Vieram, então, as experimentações. Primeiro, com a Spoonful que já havia sido executada dias antes por Bruce. Mais adiante, com uma roupagem para Black Dog que, dos velhos tempos, conservou apenas a letra e a interação com o público no inconfundível “ah, ah…”. Na sequência, outra da carreira solo, a bela All the King Horses. Confesso que, mesmo com o já citado ritual feito, tive dificuldades para digerir alguns momentos do show. Por vezes, os arranjos soavam longos e enfadonhos. Quando a adrenalina baixava, porém, sempre havia um petardo do Zeppelin na manga, como Bron-Y-Aur Stomp e Four Sticks, onde foi possível ter o privilégio de ouvir uma das poucas incursões de Robert Plant em seus extraordinários agudos.
     A rotação do show ganharia novas e aceleradas proporções com a espetacular Ramble On. O clássico definitivo de Led Zeppelin II renovou o fôlego do espetáculo e arrancou dos pulmões dos presentes um grito intenso o suficiente para abafar o som vindo dos PAs durante o refrão, antes do encerramento com a obrigatória Whole Lotta Love. Que também veio em forma de releitura, mas com guitarras distorcidas, algo escasso neste estágio da carreira do homem.
     Quando parecia que o show havia atingido o ápice com Ramble On, uma das últimas do set inicial, veio o famoso bis programado, com o real momento de catárse: a sublime Going to California. Mais uma vez, precisão dos músicos da banda para tocar as partes um dia feitas por John Paul Jones e Jimmy Page, o que abriu caminho para (mais) uma interpretação impecável de Plant – cuja voz está em grandiosíssima forma, com evidente exceção para os tons agudos foram deixados de lado ao máximo. Uma dose de incredulidade e outra de absoluta aprovação tomaram-me durante esta música, que deu-me a sensação definitiva de satisfação por ter estado naquele lugar. Ainda houve tempo para uma empolgante versão de Rock and Roll – com rititi e sem solo. Um prólogo do clímax que já havia ocorrido com outro número do legendário Led Zeppelin IV.
     De maneiras que, guardadas as devidas proporções, são semelhantes, Jack Bruce e Robert Plant mostraram que estão afiados, esbanjando competência em uma altura considerável da idade e da carreira. Mesmo beirando os 70 anos, ambos percorrem o mundo sem medo de buscar novidades e jamais ignorando o brilhante passado – ainda que ajustando este a seus momentos atuais. Plant com mais ousadia, Bruce de um modo menos radical. Privilegiados que somos de vermos divindades rockers como estas ainda na ativa, se valendo da forma mais nobre possível para manter os legados deles e de seus antigos grupos: dando continuidade à obra.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Cinema Rock: Sons Of Anarchy

   Hoje o assunto do quadro não é um filme, mas um seriado... e que seriado.

   (Meu plano era colocar a matéria antes do Oktobermoto, mas não tive oportunidade nem de chegar perto do computador na sexta e no sábado)

   Sons Of Anarchy é um seriado que faz alusão a muitas coisas que me fascinam: motos, rock n' roll, e uma vida "fora da lei". Lá nos primórdios do blog, quase um ano atrás, eu comecei escrevendo aqui ainda sem saber muito sobre o quê escrever, além dos reviews. Peguei um livro que andava lendo: Hell's Angels, de Hunter Thompson. O que eu fiz foi usar o depoimento de um jornalista que viveu entre os famosos Hells Angels, para analisar vários mitos que foram criados, exagerados e fundaram todo esse culto sobre a vida em duas rodas. Embora meu entusiasmo sobre o assunto ás vezes atrapalhasse minha análise de alguns pontos negativos dessa turma, se lhe interessar, pode dar uma lida no que eu escrevi aqui, e aqui.

   Nesses textos abordei a origem desses caras, que é o retorno de soldados da 2ª Guerra Mundial, que com problemas de readaptação à vida na sociedade americana, se tornam errantes na sociedade, e encontram na vida em comunidade, em torno de um hobbie ou paixão, a forma de se ajustar. Sons Of Anarchy aborda o destino da segunda leva de desajustados, e mentalmente comprometidos, jovens americanos: o fim da Guerra do Vietnã. Ao retornar da guerra, John Teller resolve fundar uma irmandade, junto com seus companheiros de esquadrão. John funda os Sons Of Anarchy, com uma ideologia utópica, como um simples grupo de amigos que busca se divertir com vento da estrada.


   Esse é o pano de fundo da história (muito resumido), que começa a ser contada partindo dos dias atuais, tendo como personagem principal Jackson Teller (Jax). A situação que nos deparamos é bem diferente da proposta original, temos uma legítima gangue, que obtém lucro através de sua oficina de motos (a fachada), do tráfico de armas, e em muitas outras atividades ilícitas que são abordadas durante o seriado, entre elas: pornografia, prostituição, taxa de proteção, ágio, etc...

   O melhor disso tudo, é que estes assuntos pesados são abordados sem quase nenhuma censura, sendo o primeiro episódio exemplar: uma jovem grávida injetando anfetaminas em si mesma, tendo parto prematuro de um bebê com má formação. Sem contar nos inúmeros miolos que já voaram até o atual 6º episódio da quinta temporada. Mas voltando a falar da história, os conflitos internos da gangue são o foco, e eles iniciam quando Jax encontra um texto deixado por seu pai, onde ele descreve o seu projeto para os Sons Of Anarchy, e mais tarde, quando encontra cartas de seu pai onde o mesmo previa que iria morrer, e deixava lá  o nome dos prováveis culpados...

A Stupid Little Dreamer XXIII


      Hoje é dia de ver o Robert Plant. E, mesmo com o fim de semana incrível que passou e as várias coisas legais acontecendo por aí, o destaque não pode ser outro além da vinda do eterno vocalista do Led Zeppelin a capital gaúcha. Pois, as 21:30 de hoje estarei no ginásio gigantinho vendo um dos meus maiores ídolos e Deus do rock and roll. O Golden God!

      Mas, primeiro vamos falar de Neil Young, o qual eu elegi já com antecedência como o cara de 2012. Ele lançou um álbum incrível e está fazendo de tudo este ano, inclusive se promovendo no twitter. Para divulgar do disco novo, Psychedelic Pill, Neil lançou em um site junto com a hashtag #askneil, na qual ele respondia aos fãs no microblog. O auge deste momento foi quando perguntaram para ele sobre o Bono (vocalista do U2) e ele respondeu "Who´s Bono?". Com isso, no seu site apareceram as carinhas dos que participaram deste momento que o deixou no topo dos TT's mundiais. Ah, e vejam só quem apareceu lá:

Olhem ali, logo do lado das camisetas, dale Vales Independentes!



















      Neste clima mesmo que começo a contar a minha história que envolve a festa de um ano do blog que aconteceu neste sábado na Sunset. O review oficial, comentando os shows e tudo mais, deve sair durante a semana, mas tem um lado que eu acho legal ser relatado, e vou usar este espaço para fazer isso.

Show dos Stiflers, sempre um descontrole
      Na noite de segunda passada (22), eu não consegui dormir. Por inúmeros motivos, fiquei deitado na cama sem um segundo de descanso. Em meio a tantos pensamentos, surgiu a ideia de promover a festa de um ano do Vales Independentes. Terça feira comecei a botar em prática tudo que havia pensado, de lá até o final da noite de sábado corri demais. Foram talvez os dias mais corridos da minha vida, pois ainda tinha faculdade, trabalho e várias outros assuntos para cuidar. Muitas coisas quase impediram de dar certo, mas consegui. E, tenho que dizer, deu MUITO certo!

      Mais de 100 pessoas na Sunset, se divertindo e curtindo muito rock and roll tocado por três bandas que deram seu melhor no palco! Estou realmente feliz pelo resultado e pelo primeiro ano de atividade do blog ter sido tão bem comemorado. Obrigado por todos que tornaram isso possível, estão devidamente agradecidos no texto que postei ontem na página do facebook do Vales.

      Além disso, toda essa agitação em torno do aniversário e da festa, nos deram vários novos seguidores no twitter, curtidas na página do facebook e um aumento significativo de acessos no blog. Espero que este seja o começo de uma nova etapa do Vales Independentes, possibilitando a realização de outras ótimas festas e a continuidade do trabalho de fazer o máximo pelo rock da região! É só isso que importa.

      Agora, voltando ao assunto principal, hoje de noite tem show do Robert Plant. E, como em quase todas as promoções da RBS, a banda de abertura ainda é um segredo. Sempre tenho medo disso... Bem, não importa. O vocalista do Led Zeppelin estará no palco, tocando vários sons da sua clássica banda (em versões diferente, eu sei) e outras grandes músicas. Na turnê européia, rolavam uns 3 ou 4 Leds no máximo. Aqui no Brasil, Plant está tocando 8. Mandou bem! Eu vou estar na pista vip, o mais perto do palco possível, e algumas fotos e considerações devo publicar no meu twitter durante o show, se quiserem acompanhar fiquem de olho lá! Já o review completo, faço quando tiver condições físicas e mentais.

Tio Robert já em Porto Alegre
      E o Led está com tudo, amanhã vai ter o lançamento do filme na capital, aquele que registra o show de 2007. E Jimmy Page anunciou semana passada que tem coisas novas para lançar ainda este ano. Se ele passar pelo Brasil em uma possível turnê, já posso morrer feliz.

sábado, 27 de outubro de 2012

Programa Vales Independentes III


      Rapidamente hoje, já que o envolvimento com a festa de aniversário do blog logo mais - e com minha banda que vai tocar - está grande. Espero ver todos vocês lá para tomarmos um trago juntos.

      O terceiro programa foi gravado dia terça passada (dia 23). Ouçam aí os três bloco, que contam com várias músicas de bandas da região e informações sobre o que tá rolando por aqui e pelo mundo! Valeu...

Bloco 1

      Bandas da região, festas do último fim de semana e músicas da Raztilho e Joker Dogs.



Bloco 2

      Notícias do blog - com ênfase no primeiro ano de atividade - e músicas da Restos de Ontem e Distúrbio.



Bloco 3

      Agenda deste fim de semana e som da banda Rocking Chair!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Agenda fim de semana 26, 27 e 28 de outubro


      Senhoras e senhores, chegamos no último fim de semana de outubro. Vocês podem, inocentemente, não entender o que isso significa. Por isso, lhes apresento alguns dados:
  • Faltam menos de dois meses para o natal - logo estaremos vendo outra vez as decorações de papai noel bregas que os nossos shoppings fazem. Se você é de Porto Alegre, até já pode ver em alguns lugares.
  • Os estudantes da Unisc tem mais seis aulas nas suas cadeiras. Isso mesmo, o final do semestre está chegando e agora o bicho começa a pegar de verdade.
  • Para o pessoal das escolas, último trimestre é a hora da verdade. Vai ter que agora recuperar os dois primeiros e ainda mandar bem no terceiro. É... Fudeu.
  • A Arena do Grêmio, que a anos diziam que ficaria pro final de 2012. Tá aí, 40 dias pra ela ser inaugurada.
  • Os músicos de rock já estão lançando músicas de final de ano. Ouçam aí o som natalino bem bonito do Paul McCartney!
      Ou seja, outubro já se foi. Oktoberfest passou e agora é reta final. Temos ainda dois feriados em novembro e aí é natal. Mas, enquanto o mundo não desaba (por acaso, faltam poucos dias pro fim do mundo também) vamos aproveitar esse fim de semana, que tá foda pra caralho!

Sexta, 26/10

      Hoje, fazendo um contraste a sábado, temos só uma festa. É na Sunset, nas clássicas sextas rock da casa. Mas, se a data é tradicional, a atração não. Temos uma banda diferente, da qual eu nunca havia ouvido falar. Não parece ser nada parecido com o que já vimos por ali. Flores de Saturno é seu nome e o que esperar, eu realmente não sei. Pelo texto que tem lá no evento, fiquei bem curioso e tentarei ir conferir com meus próprios olhos. Recomendo que façam o mesmo! Ingresso nos - também tradicionais - preços de 10 pros macho e 5 pras mina. E, tem consumação, promoção de baldinho e tudo mais.

O flyer já mostra esse estilo diferente que devemos ver hoje de noite
Sábado, 27/10

      Sábado tem bastante coisa. E, vamos logo de cara começar com o novo bar rock de Santa Cruz. Uma ótima notícia, da qual ouvia boatos há tempos, mas só essa semana fiquei sabendo da confirmação. Uma parceria da Choperia Amsterdam, do Guinther (Viúva Negra) e da Helo (Café Floriano) surgiu o Bar Cine Underground! Fica ali na Borges de Medeiros, logo abaixo da Iluminura e acima daquela floricultura que eu não lembro o nome. Não sei bem como vai ser, mas parece demais! Nas sextas abre como pub e nos sábado tem sempre bandas tocando. Neste, a atração é a Sunsett! Vejam mais informações no EVENTO e no belo flyer.


      Na Legend vamos ter uma festa oficial da Oktobermoto (da qual falo mais depois) com uma das maiores bandas covers do estado - a Dama da Noite! Vai rolar certamente várias clássicas do rock nacional e internacional. Tem aquela história de lista amiga, para os que confirmarem no evento pagarem menos até as 23h e o DJ será o Tiago Eick.


      Em Butiá vai ter o tradicional evento Grito Underground, que sempre conta com várias bandas do estado e um grande público. O pessoal de lá mata a pau e certamente vai fazer uma baita festa. Vamos ter cinco bandas na noite de sábado, sendo uma delas a Avalanche, aqui de Santa Cruz. No domingo tem mais seis atrações. Confiram tudo lá no evento ou no flyer.


      É, mas não tem com negar, que mesmo com tanta coisa boa por aí, a grande festa é a nossa aqui do blog! Um ano de Vales Independentes sendo festejado na Sunset, sábado. Shows das bandas Vizzer, Stiflers e Night Stalkers. Dj Igo (hahaha) tocando só músicas de bandas da região. Sorteio de 4 ingressos no nosso twitter e no nosso facebook. E, várias atrações legais que fazem valer muito a pena ir festejar conosco sábado:
  • Primeira festa organizada pelo blog desde a final do Rei dos Gigs, que contou com quase 400 rockeiros presentes;
  • Primeiro show da Vizzer desde a melhor apresentação de sua história, na qual tivemos o mosh do Jaeger (cuidado os que tiverem na frente do palco);
  • Um show completo dos Stiflers - campeões do Rei dos Gigs - depois de muito tempo;
  •  Reunião da Night Stalkers, uma das bandas mais importantes da história de Santa Cruz - negócio raro;
  • Estréia da nova guitarra do Jô e muito mais!
      Se vocês se comportarem, até rola um discurso lá! Mas, vou precisar de álcool... Então é isso, 10 pila pra homens e 5 pras muié, tendo consumação e baldinho por 20 pila também. Espero contar com a presença de todo mundo que acompanha o blog lá. É muito importante pra nós.


Domingo, 28/10

      Tanto sábado quanto domingo vai estar rolando no parque da Oktoberfest a Oktobermoto, um dos maiores eventos de motoqueiros do sul do país. Em edições anteriores, vi vários shows legais e passei ótimos (e quentes) dias lá. Ano passado, a música ao vivo tinha sido cancelada e, parece que até ontem, essa vez seria assim também. Porem, pelo que ouvi das bandas Rebelados e Justo Meio, conseguiram liberar! Ótima notícia. Não sei bem como vai ser, mas acredito que tanto sábado quanto domingo de manhã vai ter gente tocando por lá. Não tá na programação oficial, mas no flyer tu pode ver as várias outras coisas legais que vão rolar nesse grande evento! Ah, e confiram o site oficial pra curtir um Born to be Wild!


      Ufa... Era isso. Negócio insano, né? Aproveitem um fim de semana movimentado desses ao máximo! Vale a pena. Pois, fim do ano tá chegando e aí as coisas complicam.

Rock’n’old

Por S. S. Gorim

      “Tu sabe que está ficando velho quando... Tu precisa descansar no vaso sanitário. Tu raspa teus ouvidos. Tua segunda esposa chama tua primeira esposa de 'senhora'. Tu lê os obituários do jornal pra verificar as idades das pessoas mortas. Tu um jornal. Tu fica chateado porque aquela gostosa que era assistente de palco de programa infantil agora parece o William Waack de maquiagem. Tu diz 'chateado'. Mulheres da tua idade tem seios reais e quadris artificiais. Masturbação te deixa sem fôlego. Tu tenta distrair as crianças contando histórias de como era legal ter uma Betamax enquanto elas assistem filmes em Blu-ray no console. Você faz xixi em código morse - pontos e traços - e precisa olhar pra baixo para ver quando está pronto. O rádio do carro só tem entrada de CD. O médico diz coisas como, 'isso é normal para um homem da tua idade'. Tu escolhe o teu carro novo se baseando em quão grande é o apoio lombar. Assistindo turnês do Pink Floyd, Led Zeppelin, The Who te fazem inconsolavelmente triste. Tu quer saber se o orgasmo que tu está prestes a ter realmente vai acabar com tua vida. Tu até pode ter alzheimer, mas pelo menos não tem alzheimer”... Wait!

      Eu sou da geração que viu o primeiro rock in rio acontecer, logo, a maioria das bandas/artistas que estavam em voga na época participaram... E isso foi demais!

      A minha descrença nada tem a ver – diferente do lollapalooza – com valor de ingressos, mas com a essência do festival; existe um princípio muito claro e simples implícito: “ROCK” & “Rio de Janeiro”, não Lisboa, não Madrid, não Moscou – Rio de Janeiro.

     Quanto ao Rock, eu abriria um perigoso precedente se taxasse alguma banda como sendo rock e outra não, mas vendo o casting de bandas, fica bem claro onde eu quero chegar. Por outro lado, existe uma vantagem maravilhosa nisso tudo: Não é segredo pra ninguém que bandas consagradas preferem fazer suas turnês pela Europa e EUA do que vir para a América do Sul, até por uma questão de logística, mas assim como na primeira edição do festival, milhares de pessoas poderão (re)ver e ouvir bandas como Metallica, Iron Maden e uma cara que há 25 anos não pisava aqui – Bruce Springsteen.
      Contudo, vale frisar que esse desabafo não foi contra o espetáculo, e sim uma lembrança iminente da cruel verdade que nos cerca: Todos envelhecemos um dia – eu, vocês e também os artistas que todos idolatramos, e a pergunta que eu deixo é a seguinte:

    - “Será que as próximas gerações serão capazes de nos fazer vestir (literalmente) a camisa de determinada banda que surgirá e de certa forma nos doutrinar como os mestres do rock fizeram até hoje?”

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

My Bad Apple - Especial de 1 ano


   Ontem foi um dia especial, que confesso, nem lembrava...

   Eu não guardei na memória o dia em que o Top me convidou pro Vales Independentes, numa tentativa de dar um início para tantas idéias, algumas boas, outras bem malucas, que surgiam nas nossas conversas noites a fora pela internet. Uma ideia audaciosa, que partia desse endereço aqui, que já existia desde 2010, mas que teve apenas uma postagem, feita pelo próprio Top na época, mas que não teve mais continuidade por falta de tempo e de apoio... até um ano atrás. O nome Vales Independentes, é portanto, anterior à entrada de todos nós.

Fomos na Gazeta FM, conversar e por pra tocar sons próprios do rock local

   Aquela época foi difícil, éramos poucos, uns mais, outros menos empenhados, e cansei de levantar sábado às 8 e pouco da manhã, e ao invés de ir estudar ou dormir mais, gastava meu tempo preparando 3 ou 4 matérias, que largava aos poucos durante a semana para não deixar o blog parado, pois era um momento crucial onde precisávamos conquistar o público, partindo do zero. O Top é um cara cheio de idéias mirabolantes, e várias delas analisamos, e uma topamos fazer andar... o Rei dos Gigs...


   Foi um baita exercício de memória, lembramos de mais de 120 bandas, entre atuais e "aposentadas", e nossa idéia era apenas usar a votação como um atrativo secundário, nossa intenção era escrever e postar um histórico (fotos, repertório, formações), de cada uma das bandas. Meu objetivo era criar material sobre as bandas, para haver um bom registro de tantos bons momentos que tivemos por aí. Isso eu consegui, com a ajuda dos colegas na época em algumas postagens. Os problemas que ocorrem por causa do concurso até hoje vejo apenas como consequência da dimensão desproporcional que ele tomou. A votação era uma brincadeira boba, mas houve interesse da Sunset em convidar as bandas para tocar, e a casa divide o dinheiro arrecadado com os ingressos com quem sobe ao palco... e como alguém na época disse pelo facebook: "... Brasil, não adianta, quando tem algum ganho no meio, se esquecem de tudo, e tão só pelo rim um do outro.". É, talvez tenha acontecido um pouco disso. Mas foi um bom exercício de conhecimento da cena, da sua diversidade, do seu debate, e eu acho que mesmo aos trancos e barrancos, serviu para um autorreflexão geral.

A Caution! foi a primeira grande audiência, em matérias sobre os festivais de punk rock que tocavam.

    Acabado o concurso, restou o cansaço, e a pergunta: "E agora?!"... Agora era momento de eu tratar de passar nas cadeiras do semestre, e praticamente sumi do blog. Aos poucos alguns membros foram saindo, chegando ao ponto de restar Igo, Top, e eu... Isso tudo pode ter sido desmotivador, mas também desafiador, tínhamos a chance de começar muitas coisas do zero, e resolvemos fazer isso. Hoje temos muitos planos de mudança ainda engatinhando, o principal deles é o nosso visual. Ele nasceu na pressa, depois foi consertado pela Bada, mas apesar de gostar dele, acho que ele é representativo de um ciclo que já se encerrou. Não quero, não tenho mais motivação pra ficar fazendo reviews, e estou cada vez menos por Santa Cruz, e o que me resta nesta situação é aproveitar minhas vindas à cidade para fazer matérias como a que fiz com a Restos de Ontem e a Devilcrusher, vou trazer mais bandas novas do RS pra mostrar pra vocês, inclusive uma sai no fim de semana (pretendo).

Mais de 300 pessoas na Sunset para a final do Rei dos Gigs... tinha até hater lá!

A Strawberry Crash, que fez um revival motivada pela sua ótima votação no Rei dos Gigs

   A fase atual é de renovação, e pra mim, pessoalmente, uma certa mudança de foco. Tem muitas coisas que eu acredito que deixamos passar por falta de tempo, de conhecimento do assunto, ou simplesmente afinidade. Já disse nos comentários, e quero deixar aqui bem claro: o blog não é meu emprego, eu não vou aos eventos para escrever sobre eles, eu não ouço bandas para escrever sobre elas, mas sim vou aos eventos, e ouço o que gosto, e escrevo sobre o que conheço. Sacaram a diferença de importância?

   Isso não significa de forma alguma, que fechamos espaço à alguém. Tu já tentou conversar com algum de nós sobre algo que quisesse divulgar aqui? Já pediu nosso apoio para alguma coisa ou evento?

   Pergunte a quem o fez. Dentro do possível, atendemos à todos.

   Muito obrigado à todos que nos acompanham e gostam do Vales Independentes!


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Vales Independentes - Um Ano!


      Hoje, dia 24 de outubro, o Vales Independentes comemora seu primeiro ano de atividade! Sim, nesta data em 2011 um simples review sobre um Ho Ha Rock era publicado neste projeto criado pelo Douglas Martins - o Top Gun! Se quiserem ver o review, cliquem AQUI.

      Nestes 366 (é) dias, como vocês podem ver, evoluímos bastante. E, vou ser bem direto, muito obrigado a todos pela parceria até hoje. Sem a ajuda dos rockeiros da região, nós não teríamos sentido em existir.

Olha esses rockeiros lá na Gazeta!
      Então, como vocês já sabem, tivemos muitas mudanças desde o final do Rei dos Gigs, e tivemos que reestruturar o blog. Muitos novos membros foram adicionados e acredito que finalmente, nesta semana, posso dizer que fechamos o grupo novamente. Agora seguimos com apenas dois dos iniciais, Top e Marcio, junto comigo, que vim um pouquinho depois, e na nova formação vieram Gelson (de Rio Pardo), S. S. Gorim (o cronista anônimo) e os dois venâncio-airenses, Samuel e Geferson.

      Mais novidades agora: o programa do blog Vales Independentes na Rádio A4 ganhou um horário fixo! Agora estaremos no site da rádio no ar as quintas-feiras, as 11 da manhã e as cinco da tarde. Espero contar com a audiência de todos!

      Seguindo de coisas novas. A partir do próximo mês iremos gravar podcasts, que serão simplesmente uma conversa de bar sobre música, mas com a participação do pessoal que acompanha o Vales. Nas próximas semanas, falaremos mais sobre isso.

      E, encerrando! A festa! Sim, é um aniversário. Então, tem que ter festa. E, programamos algo bem legal para comemorar nosso primeiro ano de atividade. Será na Sunset, neste sábado, contando com a presença de três grandes bandas!

  • Vizzerdrix - Banda com excelentes músicos que toca covers para agradar vários estilos. Vão de Pearl Jam a Pantera, passando por System of a Down, Audioslave e muito mais. Vamos torcer para mais um mosh do Jeager!
  • Stiflers - Depois de um longo tempo parados, está de volta o show dos campeões do Rei dos Gigs! Como foi comprovado no concurso do começo do ano, eles são aqueles que mais agitam o público dentre as mais de 100 bandas concorrentes. Então, aproveitem a chance de curtir esta grande festa que é o show deles, sempre com participações especiais tocando de tudo!

Mas, a grande atração não tem como não ser a reunião de uma das maiores bandas que já tivemos na nossa região
  • Night Stalkers - Após ter feito apenas um show revival no começo deste ano, voltam a Sunset os quatro caras que fizeram história por muitos anos nos palcos do estado. Tocando suas conhecidas - até hoje - músicas próprias e os vários covers de rock anos 70, certamente deixam nosso aniversário imperdível!
      Baita festa, né? Contamos com a presença de todos vocês lá, para comemorar conosco! Os ingressos vão custar 10 pila pros macho e 5 pras gurias, com opção de consumação de 50-30, e vai ter aqueles baldinhos de ceva por 20 reais. No som da festa, vai rolar só músicas de bandas da região, valorizando sempre o rock feito aqui. Ah, e de presente vamos sortear ingressos no nosso twitter. Fiquei ligados, a partir de amanhã já deve tá rolando.

      Então é isso, espero que continuem acompanhando o Vales Independentes por muitos anos e que possamos comemorar vários outros aniversários juntos. Esperamos continuar fazendo o melhor para o rock independente da região, pois essa sempre foi a nossa vontade. Um abraço e espero vocês sábado na Sunset!

Classy Classics I

      Pois é tigrada, hoje sai do forno superaquecido da minha mente mais um aniversário atrasado: o dos 40 anos do album Vol.4 do Black Sabbath. Pessoalmente, não é um dos meus álbuns favoritos do Sabbath não, mas como Sabbath é uma das minhas bandas prediletas, me parece uma opção muito boa pra se falar e inspirar as mentes abertas. Além disso, é um álbum revolucionário em vários aspectos: peso, obscuridade e um toque de (muitas) drogas.


     O Vol.4 é o marco do começo da decadência Osbourniana no Sabbath, onde o abuso pesado de drogas começa a comprometer a musicalidade e performance de cada um dos músicos que haviam se consagrado em discos geniais como Black Sabbath, Paranoid e Master of Reality. As músicas refletem muito bem isso, como vamos perceber ao longo do texto. Além disso, também é uma revolução nos experimentos de rock pesado, por contar com as distorções pesadas e combinadas que marcaram o estilo do Sabbath, numa época que não se dispunha de muitos recursos à lá Metalzone - um dos principais porquês que eu adoro o som do Sabbath, Vintage e Heavy.

     O disco começa com a faixa Wheels of Confusion/The Straightener(numa tradução livre: Rodas de Confusão/O Corretivo). Já fica claro que será um disco onde as drogas tomam conta. O álbum é cheio de referências à cocaína, com o ápice na faixa Snowblind, que era pra ser, na verdade, o nome do álbum. Um toque de progressivo e um solo genial de Iommi pode ser visto nessa faixa indo desde notas insandecidas até a doçura dos riffs onde toda obscuridade da mente perturbada dos artistas pode ser sentida pelo ouvinte.

      Depois podemos ouvir Tomorrow's Dream, um urro insandecido dos jovens de uma época transitória muito complicada, onde o rock n' roll é a arma do momento e todos tomam um tiro nos neurônios e encontram uma válvula de escape da vida insana que se levava. Desde os primeiros versos onde se ouve:

'Well I'm leaving tomorrow at daybreak
Catch the fastest train around nine
Yes I'm leaving the sorrow and heartache
Before it takes me away from my mind'

(como sempre, numa tradução livre)

'Bem, estou indo embora amanhã no nascer do dia
Pegar o trem mais rápido lá pelas nove
Sim, eu estou deixando a tristeza e dor no coração
Antes que isso me tire da minha mente'

     E, então, marcando o álbum com um toque orquestral, Changes! A linda balada que explica a sensação de se passar por mudanças intensas e perder tudo que se ama. Um choro desesperado de um amante irreparável que deixa todas suas tristezas lá pelas nove e acaba que tudo que ele deixara para trás é o que o fazia feliz em meio ao sorrow and heartache. As músicas se entrelaçam e criam uma imagem da mente do começo dos anos 70 que é de lacrimejar.

     Então um interlúdio, FX, um monte de ruídos para preparar o ouvido do felizardo que está ouvindo junto comigo o Vol.4 para o total valhalla, Supernaut! Um clássico. Os riffs, a bateria, o baixo trepidante, os vocais urrantes. Não preciso dizer mais né? A música expressa um extremo desejo por ascender, até as estrelas, e se tornar um ícone - desejo que tenho e muito, de colocar a mão no sol e não me queimar.

     Depois de Supernaut vêm a música que todos deviam ouvir antes de mexer com cocaína. Entre os versos, na gravação original, podia-se ouvir berros desesperados que diziam "COCAINE!!!". Porém, a gravadora achou que o álbum já estava revolucionando até demais no assunto e os berros foram trocados por um sussurro. Falar de drogas já não era tão novidade assim para os malucos do Sabbath, no álbum anterior já falavam da doce folha (sweet leaf), também conhecida como Mary Jane. Porém, esta está num nível novo de loucura. "My eyes are blind but i can see; The snow flakes glisten on the trees; The sun no longer sets me free" -  Uma alusão ao vício extremo em cocaína, onde a neve congela o interlocutor e o sol não o liberta mais, as horas congelam junto com todos os sentidos do anti-herói. Os riffs são demoníacos e psicodélicos e deixam qualquer mente sã enfeitiçada.

     E depois de tudo isso, ainda, podemos ouvir Cornucopia, onde o peso come solto principalmente da combinação genial entre baixo e guitarra num som quase que único. Os versos a seguir da letra, descrevem perfeitamente como você irá se sentir com esta música: 

'You're gonna go insane
I'm trying to save your brain'

Você irá enlouquecer
Estou tentando salvar seu cérebro

     Vale ainda ressaltar que Cornucópia é um símbolo grego de riqueza e fertilidade, o que me cheira a uma crítica aos magnatas de plantão controlando as sociedades. Depois disso tudo, pode-se ouvir outro break na barulheira com Laguna Sunrise, uma melodia acústica linda e cheia de harmonia e paz, como se todos estivéssemos agora, nos céus cheios de neve, flutuando.

     St. Virtus Dance é a próxima e coloca um toque de hard rock no disco, para aconselhar todos aqueles cabeludos de coração partido a tomar uma frente e recuperar a garota - falando como um amigo. Afinal, muitos perderam suas queridas durante esse período, por demasiados motivos todos já citados ao longo do texto e intrínsecos na época. E por último, um riff que ouço até hoje em toda música de metal extra-pesado. Depois de ouvir Under The Sun/Every Day Comes and Goes, tudo quanto é metal vai parecer redundante. Teminando do mesmo jeito que começou, pesado, meio prog, relata uma libertação, o personagem congelado fica, finalmente, abaixo do sol, sossegado e vendo os dias passar. 

     Fica a dica a todos que apreciam um rock n' roll de verdade, daqueles com sentido e tudo mais. Fica o Link, no youtube, em qualidade razoável.
Abraços e Rock n' roll tigrada!