Buenas, gurizada medonha! Começo hoje, oficialmente (uh!!), minha colaboração aqui no Vales Independentes. Aqui vai um agradecimento ao Top, pelo convite; ao Rodrigo, pela ajuda na adaptação; e ao Márcio, por estar sempre armado com latas, garrafas, isopores, bolsas térmicas ou demais equipamentos vitais nos shows em que tropeçamos por aí. Quem conseguir aturar este espaço pode passar por aqui nas terça-feiras ou em demais dias da semana, conforme o humor e disposição de tempo do escriba. Os dotados de paciência budista podem ainda acessar este humilde blog, Alto e Bom Som, criado neste semestre como um projeto experimental para o curso de Jornalismo da Unisc. Vocês também podem ler a versão impressa da coluna, que sai de 15 em 15 dias no Jornal Folha do Mate, em Venâncio. Também ficam convidados para tomar uma cerveja, ver o show da minha banda, tomar outra, jogar futebol, abrir mais uma e assim por diante. Façamos isso a partir de agora, começando com este amoroso post abaixo: Missão muy grata. Hasta!
Foto: Mauro Pimentel/terra.com.br |
Um lenço perfumado largado
singelamente ao vento, do alto da sacada, pela mais formosa das donzelas. O
anúncio da contratação do melhor jogador da última Copa do Mundo que vem no
preciso momento em que a tela de inclusão de associado no clube está aberta no
computador. Um programa governamental que oferece isenções absurdas e amordaça
seu salário por duas meras décadas na compra da casa própria, quando acaba de
ser consumada a peleia definitiva que te varre irremediavelmente do lar. É uma
série de shows aterradores, irresistíveis, que arrebentam a saúde do bolso, mas
sem a mesma intensidade que fuzilariam o orgulho próprio em caso de ausência em
qualquer um deles.
"Ter" que assistir a
shows de gente como Jack Bruce, Robert Plant, Slash, Kiss e Black Label
Society, tudo num espaço de mais ou menos 20 dias, a menos de 150 quilômetros
de casa, é o que vamos chamar aqui de Missão muy grata. Todos já estão
um pouco (ou nem tão pouco) velhos, alguns deixaram os antigos cacoetes rockers
para trás e outros às vezes até parecem estar lá apenas para que provem a si
mesmos a capacidade de dar murro em ponta de faca. Não interessa. São mestres,
deuses, mitos, lendas vivas da inebriação via barulho. Ver este quinteto de
cativos do Panteão Supremo é garantir a bênção mais do que celestial - que,
dados os termos dos fatos, vira artigo imprescindível para um fim de existência
mais bazófio (ótima essa, hein?).
Como a proximidade dos tais
shows provoca tremeliques em cada fio de barba, ousaremos desenhar uma prévia
do que ocorrerá em cada espetáculo. Em complexa reunião, nosso colegiado de
redatores sênior decidiu que começaremos por Bruce, Plant e por aquele outro
cara da cartola. O grupo de eminentes justificou a decisão ao avaliar as
contribuições o desenvolvimento artístico ultrajantemente arrojado praticado
pelos bravos menestréis. Mentira. Esses shows são os primeiros da fila. Como
não somos malucos, falaremos antes deles. Além disso, são os que acontecem
antes da data-referência-mundana-mor para este blog, que é o dia 10. Que é o
aniversário do presidente da nossa organização (salve, salve, uhul!). Eis
nossos devaneios. Esperamos estar de volta no fim de semana mais importante do
ano (o data citada ali em cima), extasiados e prontos para o fim do ritual.
Jack Bruce
É estranho ver que, dentro do
próprio meio blues/rock/metal, Jack Bruce não receba mais menções, citações,
adorações e afins do que na quantidade que de fato acontece. Além de exímio
baixista, Bruce tocou com uns carinhas como Ginger Baker e Eric Clapton no
Cream, onde também era vocalista. Isso já seria o suficiente para garantir uma
vida toda de louvor, mas ele também fez parte do Graham Bond Organization, John
Mayall & the Bluesbreakers, West, Bruce & Laing, Ringo Starr & His
All-Starr Band e mais um punhado de grupos, até chegar no atual Jack Bruce
& his Big Blues Band.
Bruce, que é aquele cara que falou
algumas coisas meio, err, atípicas sobre o Led Zeppelin há algum tempo,
anda por aí com um time de músicos competentes ao seu lado e parece ter
resolvido tocar de tudo um pouco. Há versões de músicas de todas as fases da
carreira do homem, com guitarras, teclados, naipe de sopros e, claro, um dos
baixos mais presentes e insinuantes de que se tem notícia. Pelos vídeos que se
veem por aí, ele não usa mais aquele extraordinário modelo Gibson SG (!), que
mais parece a guitarra de Angus Young. Em se tratando de Jack Bruce, porém, é
crível que ouviremos ele fazendo aquelas velhas linhas de baixo incisivas e
tremulantes mesmo que seu instrumento seja um pau de taquareira roído por uma
capivara russa. E mesmo com o leque de influências variado, seu show deve ser
bem mais cru e pesado do que o do amigão mencionado logo abaixo.
Jack Bruce & his Big Blues Band
Sexta-feira, 26 de outubro
Teatro do Bourbon Country, 21h
Ingressos:
R$ 100,00 (Mezanino e Banco Alto Mezanino)
R$ 150,00 (Plateia Alta)
R$ 180,00 (Plateia Baixa e Cadeira Extra
Plateia Baixa)
R$ 220,00 (Camarote)
*Os demais estão esgotados
Venda:
* Bilheteria do Teatro do Bourbon Country
(Shopping Bourbon Country, de segunda a sabado, das 14h às 22h; domingo, das
14h às 20h)
* Telentrega 3231.4142 (de segunda à sexta, das
09h às 12h e das 14h às 19h). Taxa de R$ 20,00 por entrega (somente em Porto
Alegre).
* www.ingressorapido.com.br
* 4003.1212
* 4003.1212
Robert Plant
Ah, o Led Zeppelin... é
inevitável não pensar nestes caras em qualquer princípio de discussão sobre
quem é a melhor banda de todos os tempos - ou bobagens parecidas. Tão
inevitável quanto dissociar os nomes dos seus integrantes da imagem da banda.
Jimmy Page e John Paul Jones parecem lidar melhor com isso. Page é orgulhoso do
próprio legado e sabe que criou um dos maiores monstros musicais deste planeta.
Jones transmite a imagem de um homem inabalável, que tocaria seu baixo com
maestria mesmo que o destino o colocasse para tocar no Negritude Júnior. Mas as
coisas não são bem assim com Robert Plant. O mito. A garganta mais poderosa da
música pesada (e música tem peso?) em todos os tempos. O cara que é uma lenda
mas renega o descanso nos próprios louros para entregar ao público um show
distante daquele formato que enlouqueceria 10 entre 10 amantes de música sobre
este solo.
Robert Plant dá a impressão de
ser um cara que quer provar a si mesmo que pode existir e ser relevante sem o
Led Zeppelin. Afinal, as negativas quanto a uma reunião da banda sempre são
atribuídas a ele. Na carreira solo, Plant já gravou com músicos orientais,
cantoras country, teve bandas que utilizaram instrumentos tão distintos quanto
o kologo e o rititi (!) e faz um show nada usual. Se é a fama do Zeppelin que
carrega a maior parte do público para suas apresentações, a resposta do palco é
completamente oposta. O mítico cantor de Black Dog e Kashmir dá continuidade à
miscigenação já proposta pela sua antiga banda. Mas, no lugar da orientação
rock'n'roll de outrora, o clima lembra algo como música celta, africana, world
music ou demais rótulos que causam estranheza em boa parte daqueles que pagaram
o ingresso.
Por birra ou ousadia, o fato é
que Plant tem todos os elementos para fazer um grandioso show, mesmo sem uma
vibração rock muito latente. A quem for assisti-lo, cabe entender o que o homem
quer fazer e desfrutar da chance de reverenciar algo como uma encarnação rocker
de Zeus. E entender que ele prefere tocar Rock and Roll com um violino
monocórdico no lugar da guitarra Gibson de seu antigo bruxo (santo trocadilho
inoportuno!).
Robert Plant
Segunda-feira, 29 de outubro
Ginásio Gigantinho, 21h30min
Ingressos:
Arquibancada - R$ 130,00
Pista – R$ 190,00
Cadeiras – R$ 230,00
*Pista Premium esgotada
Venda:
* My Ticket – Moinhos
(Rua Padre Chagas, 327 - Loja 6
* My Ticket – Centro
(Rua dos Andradas, 1.425 - loja 69)
* www.livepass.com.br
Slash
Tão indissolúvel quanto o elo
que une Robert Plant ao Led Zeppelin é aquele que liga Slash ao Guns N' Roses.
Mas o dono da segunda Les Paul mais destruidora da história do rock (ou seria a
terceira? ou a quarta? com a palavra, Joe Perry e Zakk Wylde) tem se esquivado
certeiramente da sombra do seu velho grupo. É claro que o demérito do seu
antigo sócio tem considerável peso sobre isto. Afinal, enquanto o rapaz de
corte capilar samambaiesco vara o mundo com turnês consistentes, ao lado de
músicos qualificados e/ou medalhões do estilo, Axl Rose toma sucessivas
decisões desastrosas com um GN'R que conserva apenas e tão somente laços
nominais com a antiga banda - dos integrantes, das músicas e do próprio grupo.
Passados 15 anos de vida sem
uma sombra de shortinho com as cores americanas e voz de gralha pisoteada,
Slash se consolidou como guitarrista criativo e capaz de ser dono do próprio
nariz que é. Se seus registros com o Slash's Snakepit, Velvet Revolver e com a
recente banda solo não alcançaram a magnitude de Appetite for Destruction ou a
repercussão estrondosa da saga Use Your Illusion, nenhum disco feito por ele
fica abaixo da média ou carece de itens imprescindíveis na carreira do cidadão,
como riffs vibrantes e solos blueseiros que exalam espontaneidade. Como fator
extra, Slash aproveitou a volta do improdutivo Creed e tomou do Alter Bridge
pra si o ótimo vocalista Myles Kennedy. Feito Plant, ele precisa de um mínimo
de boa vontade dos fãs, que não podem ir ao show esperando um revival ipsis
litteris do Guns N' Roses. Quem for ao show de Slash esperando ver um show de Slash
certamente sairá satisfeito.
Slash
Sexta-feira, 9 de novembro
Pepsi On Stage, 21h
Ingressos: R$ 100 (Pista)
*Pista Vip e Mezanino esgotados
Venda:
* Lojas Chilli Beans (Shopping Praia de
Belas, Shopping Total, Shopping Iguatemi, Rua da Praia Shopping, Moinhos
Shopping, Barra Shopping Sul e Canoas Shopping)
* www.ticketbrasil.com.br/show/slash-rs
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMazah! Obrigado pela parte que me toca! Bebida quente e boa, só chimarrão, cerveja tem que estar gelada, sempre.
ResponderExcluirÓtimo texto! Dia 9 estou lá no show do Slash... querendo ver um show do Slash, assim como fui no Guns N' Roses, querendo ver as boas (apesar de poucas) músicas do Chinese Democracy.