E chega o final deste importante domingo, no qual todos nós fomos de ressaca exercer nosso direto de cidadão, elegendo os novos representantes políticos das nossas cidades. Com ele, veio também a chuva. Então, nada melhor que uma ótima crônica para começar bem essa semana!
Por S. S. Gorim
Existia em Santa
Cruz do sul, na década de 80, uma boate – mas não apenas um lugar de festas: A festa!
Por um período considerável, a esquina das ruas Marechal Floriano e Ramiro Barcelos foi reduto de uma das melhores festas que a cidade já teve. O que hoje é uma loja de telefonia, em outros tempos abrigou uma festa totalmente rock’n’roll – e com um grande diferencial.
Diferente de hoje, os anos 80 foram marcados por um pseudo - simplicidade, por mais que as pessoas buscassem novas tendências, havia uma estranha paz de espírito no ar, algo de certa forma, lúdico.
Não quero me ater em clichês como: Internet;
celulares; velocidade de informação – enfim, a verdade é que era muito mais
divertido quando essas coisas não ditavam nossas vidas. Quando eu digo divertido, não
pensem que eu julgo a tecnologia como algo nocivo, pelo contrário, só vejo agora
como as coisas eram vistas de outra forma e, o valor agregado era mais
aproveitado.
Aquela festa tinha uma proposta genial, ela disponibilizava vídeo-games aos frequentadores. Máquinas de arcade se misturavam em meio a pessoas; homens e mulheres disputavam partidas de lutas, corridas, missões, aventuras – enfim – sem preconceito ou demagogias; fumaça de cigarro e cervejas faziam parte da decoração naquele ambiente – um porão mal iluminado que não perdia em nada para as festas punk’s novaiorquinas do final dos anos 70 – e o melhor de tudo: As pessoas se sentiam felizes por estarem ali.
Aquela festa – sim:
Pessoas dançavam, conversavam, sorriam, namoravam, bebiam, e... Jogavam
vídeo-game naquela festa. Aquele porão durou o tempo exato pra ser inesquecível
ao seus frequentadores, mas como a tecnologia e o progresso sempre vencem,
novos lugares começaram a atrair os fiéis players
daquela festa para outros moldes. Dito isso, imaginei um fim lento e gradual,
como uma pessoa idosa que já não muito poderia fazer pra ser notada, o lugar
encerrou suas atividades. Tempos depois, houve uma tentativa de reavivar o
lugar – com a mesma proposta e, com os mesmos players...
Por azar, aquela festa já não fazia mais sentido, já não se adequava mais aos padrões que os jovens daquela época buscavam – triste fim!
Eu sempre achei
desconfortável a ideia de “dar um tempo”. Desde bandas, passando por namoros e
até amizades, “dar um tempo” nunca me pareceu uma boa premissa.
Um caso recente aconteceu com a banda
Foo Fighters. Por mais que o vocalista David Grohl tenha tentado tranquilizar
os fãs, pausas desse tipo retratam alguma necessidade de rever conceitos, de
tentar evoluir de alguma maneira – seja continuando ou encerrando as atividade.
Seria uma pena ver uma banda que faz um rock’n’roll tão sincero e bacana não
conseguir se encaixar num padrão coletivo por ter demorado demais...
Sinceramente – torçamos para que essa
pausa dê vida a muitos outros discos!
Já ouvi falar desse bar, queria ser mais velho ainda e ter tido minha adolescência nos anos 80 e início dos 90,com certeza as pessoas foram muito mais felizes do que hoje
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