quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Entrevista com o Vampiro I

     Bom galera, nas próximas semanas estarei com uma coluna nova. Sim, vocês leram direito, nas próximaS   semanas estarei com uma coluna nova. O propósito desta coluna é não apenas ceder um espaço para os artistas da região se expressar, mas, também, para os fãs conhecerem um pouco mais sobre a galera e os princípios dos rockeiros da região. Também, não quero ouvir comentários sobre plágio ou afins pois dediquei algum tempo da minha semana planejando e entrevistando alguns seres pois de fato, sim, é muito parecida com uma coluna antiga do Blog - a das 20 questões. A principal diferença é que esta consiste de uma parte padrão e uma parte informal, para trazer informações concisas e de cunho geral e, logo após, uma parte mais pessoal, para compartilhar experiências e trazer um benefício ao leitor(uma espécie de i told you so caso alguém passe por certos impasses).

     Bom, chega de introdução. Acredito que na prática tudo será melhor entendido e, caso não, sempre haverá os comentários para quem quiser dar uma palavra. A pessoa que escolhi para iniciar este quadro novo é um cara que eu respeito muito desde que conheço e que entende muito de música. Sim, de fato, comecei a coluna com um conhecido, mas não pensem que a coluna está limitada a essa classe de pessoa - É uma coluna para todos os músicos de respeito. Enfim, o primeiro a participar dessa coluna é o Marcos Dessbesell, atual batera da Avalanche.

Gnomo para os íntimos

Em primeiro lugar, conte um pouco sobre a sua trajetória (quando começou a tocar, por que começou a tocar, em que bandas já tocou, quantos lugares diferentes já tocou...) e influências: 
     
Meu inicio na musica, foi a vários anos atras, toquei uns 8 anos de flauta em orquestra, e depois cerca de meio ano de violino. Isso foi bom, me deu uma boa base de tempo, e coisas do gênero. Mas o inicio na bateria foi no colégio mesmo, 7ª, 8ª, talvez 6ª série, nunca me recordo direito. Havia um dia onde havia apresentações diversas, e me convidaram pra tocar nisso. Até esse dia nunca havia tocado nada de bateria, mesmo assim aceitei, se não me falha a memória, as duas primeiras musicas que eu toquei foi “A mais pedida” do Raimundos, e “Eu vi uma barata”, do Hey Hey Jump. Foi legal. Nesse tempo era eu e dois guitarristas. Depois de um tempo um desses guitarristas saiu, e a gente acabo formando uma banda que tocava basicamente new metal. Linkin park, SOAD, coisas assim. Mas só tocamos no colégio mesmo. O nome da banda era Carekation. Se não me engano se escrevia assim.  

Zehn & Cia
Ao mesmo tempo toquei em outra banda do colégio, a Zehn & Cia, que tocava musicas mais pop. Depois disso fiquei um tempo sem banda, mas sempre tocando na banda instrumental do colégio. Depois disso formei uma outra banda, Joker Dogs, que tocava basicamente clássicos do rock. Com esses caras fiz vários shows legais pela região. Dentro desse tempo também tinha uma banda de punk rock/indie rock. A Dealer. A gente tocou numa festa dentro da minha escola, e acho que foi isso. Mas era um som bom de fazer.


OMVA (tá faltando eu nessa foto :/)


Final de 2010 eu assumi as baquetas da Orquestra Municipal de Venâncio Aires (OMVA) a pedidos do Maestro da minha escola(que também é maestro da OMVA).


Joker Dogs
No meio desse ano, depois da Joker Dogs acabar de vez(após muito tempo de indas e vindas, e trocas de formação), recebi um convite pra tocar na minha atual banda, a Avalanche, conhecida de todos, suponho. É uma puta duma experiência legal, os caras são parceiros de mais, além do som ser meu preferido: Hard Rock. Além do Hard, curto vários outros estilos, não me interesso muito por um especifico, tento manter a mente aberta, tudo o que é bom, pode ser aproveitado.




Numa escala de 1 a 10, o quão interessado e aplicado no seu instrumento você acha que está?

Interessado 10, nunca parei de ler sobre, mas aplicado, chuto uns 4. Até pela faculdade, e alguns outros problemas de saúde recentes, só sento atrás de um kit de bateria pra ensaiar na OMVA, ou na Avalanche. 

Também, em conjunto, tens interesse em aprender mais instrumentos e mais sobre música, som e gravações?

Interesse tenho, e muito. Já fiz aula de violão, ainda lembro sobre partituras e algo do gênero dos meus tempos de flauta e violino. Mas o que eu mais ando estudando é sonorização, gravação, coisas desse gênero. É algo que me interessa já faz quase 2 anos. E penso ser realmente importante para um musico saber mexer, o mínimo possível com som, pra não ser passado para trás por algum vendedor, técnico de som, até pra não passar aperto em determinadas situações.

Sobre o seu equipamento: O estado atual, pretensões e o sonho de consumo.

Marquinhos e seu set 'completo'
Eu tenho uma bateria Kashima, bem simples(12”,13”, 16”, 22”, caixa de latão 14 x 5,5”), com peles variadas. Uma caixa da RMV 14x6,5”, com peles rmv, pedal duplo da RMV (que será trocado muuito em breve), Pratos são Krest, Crashs 16”, 17”, 18”(o ultimo rachado), ride 20”, chimbal 13”, splash 10”, todos da linha fusion. Um china 16” linha brilliant. Ainda um crash/ride da Octagon, linha Groove, de 19”. Estantes de prato são genéricas(muito em breve serão trocadas também). Maquina de chimbal PDP. Estante de caixa marca genérica, Cowbell ADAH, e meia lua de marca genérica. Além de toda essa tralha bateristica, tenho um violão gianinni, mesa de som Berhingher, microfones Yoga, 1 Shure Beta 58 a, um Beta 87 a (esses dois últimos em conjunto com o Samuel Bertram), alguns pedestais de microfone, e muitos, mas muuitos cabos. Pretendo até inicio de novembro trocar pedal, e alguns pedestais de prato, e comprar alguns microfones novos. Mas a grana ta complicada.

Sobre a sua trajetória, um orgulho e uma decepção.


Orgulho é ter em alguns casos meu trabalho reconhecido, mesmo não sendo o cara mais popular da região, me sinto feliz em ter sido chamado pra avalanche, penso que isso mudou um pouco meu jeito de pensar.

Decepção é não conseguir viver da musica. Esse pais é foda, e o que mais me deixa triste é a piazada de hoje em dia achando que tudo é as mil maravilhas, e tocam por ai em troca de uma cerveja, quando ganham ela. Isso me decepciona profundamente, é foda viver da musica, sem se prostituir.

Como era o cenário da região quando começou e como ele está agora?

Dealer
Até onde eu lembro o cenário era forte pra caralho, já acontecia o famoso Venus Rock Festival(que já chego na sua 10ª edição), e havia ótimas bandas. Hoje eu o vejo ainda forte, claro que, muitas bandas que tão ai, antes do primeiro show ensaiaram meio mês, se não menos. Não querendo ser excessivamente critico, e chato, mas deve existir bom senso nas bandas de hoje. É foda tu ir ver um show, e os caras ainda não se entrosaram direito, tão tocando a 1 mês. Um baita exemplo a ser seguido é a Dona Godiva, aqui de Venâncio, antes do primeiro show eles estavam ensaiando a um ano, se não me engano, e o primeiro show deles foi fodasticamente fantástico, os caras estavam super entrosados, e com repertório pra dar inveja a qualquer banda que toque anos 60, 70, 80. E hoje em dia ta fácil de conseguir lugar pra tocar, tem festival em tudo que é canto da região, santa cruz tem rock todas as sextas, sem contar sábados, em Venâncio tem de 3 a 4 que tão direto sendo organizados, isso é ótimo, desde que parem com essas briguinhas patéticas de “Mas esse mês tem o meu festival”, “ mas assim é fácil, ele pego tudo pronto”. O negócio é se unir, fortalecer a cena rock, e não brigar entre si, e querer um ferrar com o outro.



E quanto às bandas da região, como acredita que estão se saindo?

Muito bem, mesmo muitas acabando, tem varias voltando a ativa, e varias que continuam mostrando seu valor. Dozeduro ta ai pra representar e muito bem a cidade/ região. Tem a Vade Retro que ta voltando, Subto Hellemento tocando metal moderno. Caution sempre representando bem o punk. Bandas não faltam, isso se pode ter certeza, nível técnico nem se fala. O que eu vejo que falta, é presença de palco muitas vezes. Quem viu um show da Dozeduro, e em seguida outro show, sabe do que eu to falando.

Marquinhos é fã da Doze \m/

Vivemos numa época ruim para a música boa no país?

Depende no que teus ouvidos focam. Se tu pensar em sertanejos, pagodes e afins... SIM, é a pior época da musica. Mas isso é puramente mídia. Tira o dinheiro que se paga pra essas bostas tocarem em radio, e vejam se não vai cair no esquecimento, e aparecer outra coisa pra alucinar as pessoas. O problema, é que eu vejo todo mundo criticando, criticando e criticando, mas apoiar a sua cena local, é muitas vezes complicado. Ir por exemplo na Sunset na sexta, onde muitas boas bandas vão tocar a galera não quer. Pagar 10 pilinha pra ajudar a cena não rola. Mas pagar 100 conto pra ver um show de uma banda que muitas vezes não é reconhecida no seu próprio pais, o pessoal faz. Daí não consegue entender porque tem tanta banda acabando, tanto musico desistindo do rock, e indo tocar em bailão, em bandas de sertanejo.

Como andam seus projetos atuais e seus projetos dos sonhos? Compartilhe algumas idéias.

Seduzindo
Meus projetos atuais são OMVA e Avalanche, e estão indo bem. Pro futuro ainda quero fazer uma banda com o Samuel Bertram... Um dos nossos 1823091273812738 projetos algum dia irão sair. Mas meu maior sonho é conseguir tirar uma grana com a musica, que realmente me ajude em alguma coisa, nem que seja pra comprar meus equipamentos.

O que você acha da iniciativa do blog: Comentários, Sugestões e deveras mais.

É uma baita de uma iniciativa, é aqui que o pessoal pode ficar sabendo das festas, bem como dos músicos, bandas, outras informações que como musico, ou amante da musica são legais de saber. Pena que tem gente que ainda      consegue criticar uma iniciativa dessas.

Bate-bola Jogo Rápido, Marcos:

Sobre a orquestra municipal de Venâncio Aires, o quanto isso lhe acrescenta de experiências interessantes da vida na estrada?

Não sei se diria interessantes. Mas agora eu sei onde fica André da Rocha por exemplo(a varias horas de viagem de Venâncio). Muitas vezes se aprende que é bom sempre levar um “kit de primeiros socorros”, com fita isolante, alicate, chaves de fenda, espuminhas pras estantes de prato... coisas do gênero que muitas vezes acabam  sendo necessárias a noite, numa cidade estranha pra você.

Se juntar à Avalanche mudou seu jeito de pensar em que sentido?

Avalanche!!!
Mudou no sentido de que não é só o meu mundinho que me vê saca? Hoje em dia com a internet todo um mundo pode te ver, não é só tua cidade que pode te conhecer, mas um mundo todo. 

Você considera a mente aberta à música em geral importante?  

Certamente.  Quem se fecha em um determinado estilo, para mim, não pode crescer musicalmente, vai sempre precisar procurar por bandas do seu estilo, e o que vai poder fazer quando aparecer aquela oportunidade boa pra cacete de ganhar a vida como musico, tocando em uma big band por exemplo, e o cara sempre toco metal, e não sabe fazer um groove simples e sólido?   


Já passou por alguma situação constrangedora onde o seu conhecimento de som ajudou a superar o problema?

Algumas. Mas normalmente são coisas pequenas, como ajeitar o posicionamento de um microfone, ajeitar retorno junto com o cara do som. Mas me lembro de uma situação em especifico, que acabamos fazendo um festival de ultima hora com uma banda amiga nossa, pois o festival que eles iriam fazer com outra banda acabou sendo cancelado. Acabei me virando e fazendo todo o som do evento, em uma tarde só. Além de alguns outros que também fiz som.

Além da bateria tu também tem a mesa e os microfones. É muito complicado, constrangedor ou irritante que a banda se reúna sempre na sua humilde residência?

Não me sinto irritado, ou constrangido, acho legal. Gosto de cuidar do som, mecher com cabos, microfones, coisas do gênero. O único detalhe chato, é quando uma antiga banda(que não direi o nome) ficava todo o ensaio pedindo de montão da Joker Dogs (uma mistura de todos os salgadinhos que tinham  na casa). De resto, é bem tranquilo.

Considerações finais, uma mensagem para a galera e meios para entrar em contato

Obrigado pelo convite pra entrevista... É mais uma ótima iniciativa que esta sendo retomada. Pro pessoal que lê o blog, “PORRA, vão pros shows, vão prestigiar as bandas da região, tem muita banda foda por ai, que muitos nem devem conhecer. Não da pra reclamar de algo, sem tentar mudar ele primeiro.”

Quem quiser trocar uma idéia, marcosd_gnomo@hotmail.com, ou mdessbesell@hotmail.com. Ou só me procurar no facebook, Marcos Dessbesell.

Abraço a todos, e viva o rock!


3 comentários:

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