segunda-feira, 12 de novembro de 2012

16

Por: S. S. Gorim
Vida é o que acontece quando se tem 16!

      Desde a pré-história, todo conhecimento era transmitido de forma oral. Como interagir com uma mulher, um homem; como encontrar comida ou cuidar de um bebê – conversa.

      Eu me considero uma pessoa que valoriza e até superestima as conversas, as interações e as pessoas que proporcionam tais momentos, e uma das vertentes que mais me fascina é ouvir uma história/segredo.


      Quando se é criança, o mais perto que se chega de ter um segredo é quando tu quebrar o abajur da sala – e quando tua mãe te perguntar se tu sabe o que houve, simplesmente se esvair em lágrimas; ou tu beijar aquela priminha e não poder contar pra ninguém com medo de ficar de castigo.

      A magia da vida surge na adolescência. Pelo simples fato da pessoa ser um saco de hormônios ambulante (e de maneira alguma isso é pejorativo) nessa fase, tudo tem mais cor, tudo tem mais vida; as possibilidades se tornam infinitas e, automaticamente, viver se torna “necessário”.

      Assim como em um banquinho de ordenha, a adolescência se apoia em três pés: Colégio, amigos & festas.

      Nessa fase a pessoa cria a própria identidade. Escolhe os amigos – a turma – com quem vai andar. Escolhe em que festas ir. Escolhe se vai beber pouco ou até passar mal.

      Na adolescência existe uma necessidade iminente de abrir a porta e sair; quebrar a casca; ter vida própria.

      Quando se é adolescente, uma reação estranha acontece: Independente do tamanho do teu séquito de amigos, as pessoas começam a interagir com pessoas mais velhas – e isso é perfeitamente normal, tanto que a psicologia explica a naturalidade dessa situação. Seja por curiosidade, necessidade de aprender os “macetes da noite”, segurança ou qualquer outro motivo: A mente humana está condicionada a fazer isso – eu só não irei citar as teorias de Freud acerca disso porque... Seriam um pouco lascivas.

      Enfim, eu mesmo fui assim. Achava o máximo ser da turma mais velha.

      Estranhamente, comigo pelo menos, uma situação inversa está acontecendo: Hoje eu tenho uma quantidade considerável de amigos adolescentes, e em alguns casos específicos, tenho a chance de ter conversas interessantíssimas ouvindo histórias sensacionais e por vezes dando gargalhadas (o que pra mim é estranho, já que eu tenho o senso de humor de um recém-nascido) e justiça seja feita: Nem tudo se resume à “aborrescente”.

      Ter 16 anos me marcou muito, e hoje, de uma maneira bem peculiar e específica, continua me marcando.

      Era interessante a ideia de ter um “padrinho”, uma pessoa de confiança que te ajudasse no que fosse preciso nessa fase – e eu tive um ótimo padrinho – mas uma coisa que não tem preço é o sentimento de ser (e saber que é) o padrinho de alguém...  The Godfather


      Um dos momentos épicos dos shows do Slash – incluindo o de Porto Alegre, na última sexta-feira, 09/11 – é ver/ouvir a trilha do filme The Godfather. Mesmo eu não podendo estar lá, baseado em todas as resenhas lidas, fotos e vídeo acessados, deixam bem claro que certas coisas nunca vão morrer. Eu acompanhei o surgimento e ascensão do Guns, e diferente do ex colega Axl – que convenhamos não está na sua melhor forma – Slash cada vez mais se afirma no seleto grupo dos Guitar Heroes, fazendo fãs nostálgicos irem ao delírio com sua cartola na cabeça e com a Les Paul na mão – dignos da realeza do rock!

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