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Vai Kem Ké |
Sim, hoje resolvi inovar um pouco aqui no Vales
Independentes. O Baú do Rock é um clássico quadro no qual repassamos toda a
história de uma banda até como os integrantes se encontram nos dias de hoje.
Porem, vou fazer o mesmo com o longo trajeto de um bloco de carnaval, pois
neste último dia 15 de setembro o Vai Kem Ké completou 35 anos de existência, e
esse é um marco que merece alguma atenção.
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Brotos |
Pode parece fugir um pouco do contexto aqui do blog a
princípio, mas não! Esse aniversário comemorado sábado passado teve a presença
do trio The Wolkers e muito rock and roll. Pois, pode parecer estranho pra
vocês, mas o carnaval já foi algo legal, e mesmo os mais rockeiros não se
importavam de sambar nesta data. Aquela época não era funk, sertanejo e
putaria, mas sim samba, MPB e diversão! E, foi nesse clima que surgiu, em 1977,
um grande grupo de amigos escolheu o nome Vai Kem Ké para desfilar no carnaval
de rua aqui de Santa Cruz.
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Olha só o meu pai! |
E, mais do que isso! Carnaval era só um dos vários festejos
do ano que esse grupo se reunia. Todas as sextas feiras, era clássico ir ao
Centenário tomar muita cerveja e ficar até de manhã lá. As coisas mudam, né?
Mas, se alguém duvidar, é só ir lá na tradicional churrascaria de Santa Cruz e
olhar nas paredes. Vão encontrar duas plaquinhas, uma comemorativa aos 15 anos
do grupo e outra aos 25.
O futebol era clássico, e segundo os mais antigos membros, o
time do Vai Kem Ké era imbatível! Shows de rock também tinham a presença
confirmada da gurizada, que tinha as bandas Viúva Negra e Iris Ativa como parceiros.
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Será que levava o rockgol? |
O grupo foi crescendo, e nas grandes festas que tiveram,
passavam os 100 integrantes. Pessoas que hoje moram em diversos locais do país
e do mundo, fazem questão de estarem presentes nestes importantes eventos. Com
o tempo, a vida vai passando e seguindo em frente. Muitos tiveram filhos e,
como não poderia deixar de ser, todos se tornaram grandes amigos. Alguns até
conhecidos do pessoal do rock aqui da cidade, como eu, o Gabão, o Moi, o
Matheus e outros.
Já há muito tempo, o carnaval de rua foi abandonado pelo Vai
Kem Ké. E nem preciso dizer o motivo, né? Mas todos sempre se reúnem para
festejar na casa de alguns dos integrantes, promovendo festas como se via
antigamente, com samba de verdade! Além disso, temos ano novo, natal,
aniversários, algumas viagens e eventos mensais que reúnem esse grupo de
amigos.
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Carnaval ao velho estilo, em 2010 na minha casa |
Dizer que são apenas amigos é pouco, né? Se tu tá 35 anos
com uma pessoa, ela já se torna tua família. E isso que eu vi nesse último fim
de semana. O grupo Vai Kem Ké é uma grande família, que chegou a três décadas e
meia de existência e vai seguir para sempre. Sexta feira, dia 14/09, não
poderia ser diferente – Centenário! Conversando com o dono do local, fiquei
sabendo que ele encomendou o dobro de cerveja para a noite que ficou sabendo que
seria um revival do pessoal. Fez certo. Os velhos, todos com mais de 40 anos –
alguns já chegando já faixa dos 70 – ficaram até tarde da madrugada lá, tomando
aquele trago!
Já no dia 15, a festa foi no clube união. A banda The
Wolkers foi a convidada para fazer parte, já que o Gabão é um integrante do Vai
Kem Ké. Quase 100 pessoas estavam lá e, após muitas homenagens e uma bela
janta, ficaram de pé para acompanhar três jovens fazendo um som das antigas pra
eles. E, sinceramente... eu já vi vários shows da Wolkers, mas esse foi o que o
público mais agitou. Deram um banho na gurizada que vai à Sunset e outros
lugares por aí.
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Loucura total dos velhos no final do show da Wolkers |
Eu e o Léo fizemos um momento Wokers-Stiflers, tocando uns
sons mais pesados, agitando todo mundo. Mas, o que os fazia dançar era aqueles
clássicos dos Beatles, dos Rolling Stones, da Jovem Guarda e todo o resto dos
anos 60 e 70. O show foi até umas duas e meia da madrugada. Naquela hora o
trago já tava super alto e eu achei que iria diminuir. Que engano! Só aumentou
com o DJ colocando mais clássicos como Bee Gees, AC/DC, Creedence e até Ana
Júlia, dos Los Hermanos. Surpreendente. Ficamos lá até às quatro e meia da
madrugada. Tomamos um baile dos quarentões.
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Wolkers e Igo |
No outro dia foi difícil acordar, a ressaca estava forte.
Mas, tinha mais um almoço para ir. Cheguei lá, e para minha surpresa estavam já
todos acordados e dispostos. Fazendo o que? Bebendo chopp! Mais um churrascão e
eu já não me aguentava mais. Mas, acreditem: Eles foram ainda até de noite no
domingo, secando vários barris de Brahma e encerrando tudo com um clássico puchero
para assistir o jogo do Grêmio.
Uma grande história eles tem. Serve de lição
para todos nós hoje em dia. O Vai Kem Ké é um grupo que acima de tudo preza
pela amizade, e assim eles estão comemorando seus 35 anos juntos. Quem me dera
que daqui a 35 anos eu possa estar com um grande grupo de amigos e metendo
trago sexta, sábado e domingo para comemorar. Mas, já fico feliz de fazer parte dessa história, pois eram jovens como nós, que lá nos anos 70 começaram isso e estão até hoje aí, juntos. Passaram por formaturas de colégio e de faculdade, casamentos, aniversários de 20, 30, 40, 50 e 60 anos, vários momentos felizes, alguns momentos tristes, brigas, intrigas e tanta coisa mais. Mas, acima de tudo, sempre foi a união que fez eles estarem onde estão hoje. E acho que é isso que devemos levar de lição para a nossa vida.
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Um das várias tentativas de fotos de todos da festa. Detalhe - Todos sorrindo. |