Em português, com o belíssimo nome de Piratas do Rock, foi o filme que eu escolhi para reviver este quadro aqui do Vales Independentes. Procurei alguma história que tivesse me marcado, e como os últimos que tivemos relatos aqui foram mais de drama e suspense, pensei em trazer uma comédia. Primeira ideia foi o School of Rock, mas... do que adiantaria falar de um filme que todo mundo já vi umas dez vezes? Desnecessário. Mas, caso você aí, ainda não tenha visto. Pare tudo que está fazendo e vá dar um jeito de olhar, ok?
Bem, descartando o pop, pensei logo em outro filme de comédia que me marcou bastante, principalmente por relatar um fato real que certamente mudou a história da música. Tentem imaginar a situação. Nos anos 60 não existia nenhum meio de tu conhecer as novidades musicais que estavam saindo a não ser comprando os discos novos ou ouvindo rádio. E tinham centenas de banda surgindo o tempo todo, experimentando diversos caminhos diferentes dentro do rock e do pop. Ou seja, a melhor opção era tu ouvir tudo o que existia de novo em uma emissora radiofônica e depois ir comprar o que te interessava.
Porem, naquela época eles passavam por um problema parecido com o que temos nos dias de hoje. Não existiam rádios boas! Claro, não eram merdas enormes como a Gazeta e a Atlântida (Igo perdendo chances de emprego, legal...), mas a BBC de Londres dedicava apenas duas horas por semana para o rock e o pop, sendo o resto da programação só de jazz, música clássica, notícias e algumas canções tradicionais britânicas. Isso, em 1966... Toda aquela nova geração que amava os Beatles e os Rolling Stones, não tinha opções de onde ouvir isso em rádios. Precisava comprar os discos e curtir em casa ou ir a shows.
Vendo isso, começaram a surgir ideias para quem queria investir em rock. Abrir uma nova rádio tocando esse tipo de música era impossível. A BBC tinha (e ainda tem) muito controle sobre tudo que acontecia na Inglaterra. Então, acharam uma brecha na lei e foram pro meio do mar transmitir rock and roll para todas as pessoas. Isso mesmo, eles literalmente compraram um barco e fizeram uma estação de rádio lá! Como naquela época existiam poucas emissoras, as ondas iam bem mais longe, tornando isso completamente possível.
O filme relata a história de um desses barcos, o principal deles. Vários homens (e uma lésbica) vivendo no navio do rock, onde durante o dia inteiro ficavam transmitindo tudo de bom para os ingleses. Pesquisas feitas naquela época mostram que mais de 25 milhões de pessoas ouviam essas rádios piratas (sim, foi daí que surgiu o termo), o que representa mais da metade da população britânica dos anos 60.
No mais, o filme conta a história de um garoto que foi levado pela mãe para passar uns dias no barco com o seu padrinho, que era o dono. Lá ele conhece todos os radialistas que representam bem a geração da época - sexo, drogas e rock and roll. Na trilha sonora tem tudo de melhor que tivemos nos anos 60 e começo dos anos 70, momentos épicos com Rolling Stones, Beach Boys, Procol Harum, Jimi Hendrix, Cat Stevens, Moody Blues e tantos outros. Como de costume, nada de Beatles, pois é muito caro.
É uma ótima história, que faz um relato bem fiel - fantasioso também, é claro - dessa importante época para a música. As rádios em navios foram proibidas no seu auge. Porem, a BBC passou a dedicar muito mais do seu tempo ao rock, e vários do radialistas que trabalhavam nas emissoras piratas foram trabalhar lá. Essa ousadia desses rockeiros mudou o mundo para melhor. Hoje estamos precisando de algo assim, pois esse domínio do lixo cultural nas rádios tá foda.... Salve a Radiofônica!
DOWNLOAD TORRENT (Não é legendado, se querem legendado vão na tropical pegar! ou baixem legendas)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Para comentar, é necessário fazer login com alguma conta do google: plus, gmail, drive, youtube, blogger, reader... até orkut vale.