O The Cure fecha hoje (6) a turnê pelo Brasil com show na Arena Anhembi em São Paulo - numa noite em que uma das bandas encarregadas de fazer as honras da casa tem o carimbo destas plagas fumígeras. O grupo em questão é o porto-alegrense Lautmusik (ou Música Alta, em termos teutos), capitaneado pela advogada venâncio-airense Alessandra Lehmen. Para saber ou ouvir mais sobre a Lautmusik (que toca por volta de 18h, enquanto Robert Smith pisa no palco lá pelas 21h), acesse o Facebook ou Soundcloud dos caras. Abaixo, uma conversa com a Alessandra, tida há cerca de 10 dias, sobre esta grata missão de sábado.
Foto: arquivo Lautmusik |
Vales Independentes: Como rolou a história de abrir para o
The Cure?
Alessandra Lehmen: Recebi uma ligação da
produtora XYZ dizendo da possibilidade e pedindo que a gente mandasse material.
Uns dias antes tínhamos postado links para o álbum e clipe no site e no
Facebook da banda, em resposta a um pedido de indicações feito pelo Robert
Smith (vocalista do The Cure). Fizemos isso e esquecemos do assunto: eram,
afinal, milhares de bandas (20 mil posts na última vez que checamos) mandando
suas músicas. Ele realmente ouviu, porém (sempre soubemos que é o próprio que
escolhe as bandas de abertura nos shows do Cure) e gostou de nós.
VI: A banda já armou a operação
logística/artística para encarar o desafio?
AL: Certamente. Estamos ensaiando bastante
e contratamos uma equipe de palco experiente em São Paulo pra garantir que não
tenhamos nenhum problema técnico (em especial porque é a primeira vez que
tocamos em um lugar desse tamanho – no Anhembi cabem 30 mil pessoas).
VI: Já passou pela cabeça de vocês como
usar o Fator The Cure para alavancar a imagem da banda?
AL: Vamos ter bastante exposição com
esse show, mas a banda é pra nós uma atividade paralela e não vamos nos
profissionalizar como músicos. Queremos apenas tocar os planos que já temos: gravar
nosso segundo álbum em 2013 e rodar o segundo clipe (estamos prestes a lançar um
projeto colaborativo pra isso). E, claro, o plano imediato é o de honrar o
convite do The Cure fazendo o melhor show possível em SP.
VI: O primeiro disco completo da Lautmusik
(Lost in the Tropics, de 2011) possuem cozinha e clima característicos do
pós-punk oitentista, mas com riffs de guitarra mais pesados que os daquela
época. Qual destes extremos norteia mais o som da banda?
AL: Nenhum em especial, e acho que é
isso que nos dá identidade. Várias bandas do pós-punk (Siouxsie, XMal
Deutschland e o próprio Cure) nos influenciam diretamente, mas as guitarras
carregadas de efeitos típicas do shoegaze dos 90 (e referências ao punk 70 aqui
e ali) dão o contraponto.
VI: O álbum de estreia preza pela
intensidade e transmite isso de maneiras distintas. Experimentar é a palavra de
ordem para as futuras gravações?
AL: Não vamos nos afastar do estilo que nos
caracteriza, mas experimentação é algo que está sempre em pauta. Fazemos um
esforço consciente pra que nossas músicas sejam diferentes entre si.
BOA alemão!
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