sábado, 9 de fevereiro de 2013

Review - Grito Rock (Noite 1)


      Em meio a festa popular que mais movimenta o Brasil, aqui em Santa Cruz vários blocos se reuniram e foram para clubes. O Carnaval é sempre assim, muita música ruim e pessoas bêbadas. Mas, existe um bloco diferente. Daqueles que apreciam originalidade e qualidade. São poucos, mas fazem a diferença. A gurizada alternativa, que curte um rock and roll, que aprecia a cultura de décadas anteriores e apoia trabalhos independentes produzidos na nossa época. Esse pessoal não estava vivendo o Carnaval. O lugar desses é no Grito Rock. É na Legend!

      E, mesmo com a chuva que caiu no começo da noite até quase a entrada da madrugada, o público foi grande. Ambiente externo e interno da casa de rock da cidade estavam lotados! O estilo era diferente daqueles que se costuma ver na Legend. Um pessoal mais novo. Muitos interessados em conhecer novos sons que veriam logo mais no palco. O clima estava ótimo! A expectativa agora eram as bandas.

      Abriram a noite as bandas locais. Primeiro subiu ao palco, pouco após 00:30, a Tamarindo. Power trio santa-cruzense que conta com Diego nos vocais, Bada no baixo e Silva na bateria. Pela primeira vez eles fizeram um show apenas tocando músicas próprias. Uma grande surpresa! Gostava dos covers que faziam parte do set list, mas é muito bom ver a evolução deles como banda e como músicos. Foi um ótimo show, contando já com composições autorais que estão se tornando conhecidas. Destaque para as músicas Borbulhante e Eu Sempre Gostei Mais do Lado B. Visível a total influência do grunge lá do começo dos anos 90.

      Após o termino do show, que teve menos de uma hora e apenas seis músicas, foi anunciado que a Forte Apache e o Espiral entraria no palco em 15 minutos. Demorou mais do que isso, mas o show começou ainda antes da 1:30. Mantendo Silva na bateria e levando Diego para o Baixo, a segunda banda da noite teve Davi nos vocais e Éder na guitarra. Inevitável lembrar da Chá das Cinco por contar com o mesmo vocalista, mas a Forte Apache já de cara se mostrou bem mais pesada e com letras mais fortes. Cheios de atitude, os caras tocaram várias canções agitadas em quase uma hora no palco. Os backing vocals eram muito bem utilizados, como também os solos de guitarra . Destaque para as músicas A Cara a Tapa, que teve no seu começo uma referência a contratação do Barcos pelo Grêmio, e Aos 30. Todas sempre marcando pela sua letra e a atitude dos músicos no palco, que culminou em uma destruição da bateria pelo Davi no final do show.

Pouco antes da destruição da bateria, que seria remontada pacientemente pelo Silva
      Com um pouco mais tempo de demora entre os shows, veio a terceira atração da noite. A porto-alegrense Badhoneys, outro power trio. Mas, invertendo o que viemos na Tamarindo, agora a mulher que tocava guitarra e cantava, enquanto o homem ficava no baixo. E, era uma das atrações do show essa diferença no palco. O baixista devia ter uns dois metros de altura. Ocupava grande parte do espaço para os músicos! O instrumental era muito bom. Bem pesado e com bastante qualidade. O espaço interno da Legend ficou lotado para ver a apresentação da Badhoneys. Das letras, pouco se entendia. Mas, valeu a pena conferir esse show de uma banda com bastante personalidade, que tocou suas próprias composições e agitou o público, já próximo das três da madrugada.

O enorme baixista solava constantemente, preenchendo bastante o som com muita qualidade
      Eu tinha medo, antes do começo da festa, de que os shows fossem acabar muito tarde. Quatro bandas em uma noite só costuma ocasionar grandes atrasos. Porém, não foi o que aconteceu. Com uma organização muito bem feita, a última banda subiu ao palco no ápice da noite. E foi na hora certa!

      Os argentinos da Petit Mort, mais um power trio no mesmo formato da banda anterior, surpreenderam a todos. Foi o grande show da sexta! Um som pesado, misturando vários estilos, mas chegando mais próximo de um metal. Muita gente batendo cabeça e curtindo o som deles. A vocalista, com um vestido azul e cabelo curto loiro, era baixinha e pulava pelo palco. Gritava no microfone e agitava o grande público ainda presente na Legend. Se o pessoal estava meio parado antes, se soltou nesse último show. Muita gente gritando, aplaudindo e curtindo o som dos músicos de Buenos Aires. Durante algumas músicas eles tiveram a participação especial de outro guitarrista. Neste momento, o instrumental, como solos de guitarra e baixo, chegou ao seu auge! Banda muito boa mesmo!


Participação especial na animada banda Argentina
      Mas, vale destacar que a moça dos vocais também mandava bem na guitarra. Petit Mort ficou marcada na história da Legend e de Santa Cruz. Um show que me surpreendeu muito mesmo. Parabéns a banda e para aqueles que trouxeram ela. Já valeu o feriadão de Carnaval.

Como disse, animada banda. O ótimo baixista, não parava quieto no palco
      Saldo totalmente positivo nesse primeiro dia de Grito Rock. Hoje a noite tem mais! Quarto Sensorial, Ventores, Diatribe e New Plague. Quem ainda não tem ingresso, pode comprar antecipados por 10 reais na Pizza You, Alabama e Brasil Urbano. Ah, vale destacar que tem banquinhas vendendo produtos para rockeiros pela Legend. Trate de levar uma grana extra pra noite. Vale a pena!

Um comentário:

  1. A Petit Mort foi uma das melhores bandas de Alt que já vi, sendo que os vi ano passado em Butiá, quando acompanhei a Avalanche no Grito Rock. A presença de palco e o som dos caras é fenomenal, de estourar tímpanos. Muito legal saber que eles estavam em SCS também...

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