quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Review Discografia Rock Gaúcho - Parte 1

Fotos da página do evento, por www.gustavovara.com.br/, outros créditos nas legendas.

Edições já realizadas
    A produtora Olelê Music mantém há um bom tempo já o seu projeto chamado Discografia Rock Gaúcho, uma baita idéia, que foca não na carreira completa do artista, mas em algum álbum seu, de escolha do artista, que é tocado na íntegra e na ordem em que foi lançado no disco. O projeto já tem uma boa história, e eu já havia prestigiado a edição que contemplou a Rosa Tattooada, e foi uma baita noite.

    O ponto forte do projeto, na minha opinião, é propiciar que músicas nunca antes tocadas normalmente nos shows, seja pela primeira vez vistas ao vivo. Naquela ocasião, a Rosa tocou o Carburador, e pelo menos 3 músicas se encaixaram nessa situação. Mas é claro, sempre sobra um tempo pra tocar aquelas clássicas que não podem faltar. O resultado disso tudo é um prato cheio, e delicioso, pra quem é fã da banda escolhida na ocasião.

     Acontece que 2013 fomos abençoados por uma ótima idéia da prefeitura de Porto Alegre. O projeto Porto Verão Alegre, um conjunto de atividades culturais e esportivas desenvolvidos para quem fica pela cidade nessa época, vem este ano apoiando o projeto Discografia do Rock Gaúcho, e temos assim, a atual semana, simplesmente incrível, onde de segunda à quinta, temos duas bandas por noite, apresentando um disco seu, na íntegra e na ordem, e com mais alguns extras...

     O melhor foi o seguinte: ingressos gratuitos! Sim, mas obviamente, acabaram em minutos, houve distribuição de senha e até alguma confusão. Fato é que quem foi pra fila, chegou cedo, e esperou lá, levou. Justo, na minha opinião. Houveram reclamações de pessoas de fora de Poa sobre isso, mas se é um evento patrocinado pela prefeitura de Poa, obviamente o público-alvo é o porto-alegrense.

    Começo falando, obviamente, da primeira noite: Frank Jorge e Wander Wildner:

    04/02 - Segunda-feira

    Frank Jorge

   Integrante das lendárias Cascavelletes e Graforréia Xilarmônica, além do ótimo Cowboys Espirituais, Frank decidiu tocar o seu primeiro trabalho solo, Carteira Nacional de Apaixonado, de 2000. Eu conhecia 3 músicas desse disco, portanto, grande parte do show foi de novidades pra mim, e notei que também era para muitos por ali. Achei isso muito legal, um grande público curtindo um show cheio de "lados B", e cantando junto em cada um dos clássicos que Frank tocou.


     Grandes instrumentistas no palco, as músicas se tornavam complexas e com uma musicalidade muito legal dada por alguns detalhes, como a percussão. Chamou atenção também o uniforme da banda, camisas amarelas com um FJ no bolso da camisa. Também chamou atenção que o clima do título do disco toma conta de todas as composições, ou seja, uma choradeira divertida em um clima rock n' roll. O show teve duração de uma hora e meia, e contou ainda no fim com alguns clássicos das bandas pelas quais Frank passou, como o hino Amigo Punk.



    Wander Wildner

    Esse foi de uma tática diferente, escolheu um de seus clássicos, o Baladas Sangrentas, de 1996. Sem muitas firulas, Wander chegou, deu um oi, e sentou a lenha. Mudou a ordem em que tocou seu disco, mas disponibilizou uma nova tiragem da bolacha, na ordem do show, para venda no local.
  
    O Baladas Sangrentas é um baita disco, muito significativo dentro da discografia do rock gaúcho, e acho que exemplifica muito a idéia do projeto. Com músicas em "castelhano" (tava louco pra escrever portunhol mesmo), composições de outros grandes músicos e todo um clima característico que ao vivo ficou muito explícito. Alguns momentos de puro punk rock (Empregada), outros de romantismo canastrão, sempre cheios de irreverência, formaram um ótimo conjunto, que não pude ver os instantes finais, onde as clássicas devem ter rolado, porque a hora já se adiantava, e ao contrário de muitos ali, não estou de férias. (Férias, o que é isso?). Mais um ótimo show, no fim das contas.






    Vão me chamar de careta, mas foda-se. Tem um som em que o Jimmy Joe cantarola um troço lá sobre enrolar um baseado. Deve ser algo da época, do estilo, do som deles, outros tempos, mas acho que a secretaria de cultura não deve ter curtido, até notei que muita gente pensou o mesmo, e ficou com cara de "que merda eles tão fazendo". Piorou quando jogaram um baseado no palco, a pedido do Wander. Uma prefeitura apoiar com tanta verba um projeto musical, e ainda escolher o rock, nos tempos de hoje, não é algo que aconteça todo dia, e isso queima o filme de muita gente, e nem falo dos patrocinadores (Petrobras) e da produtora.

    05/02

    A noite da terça-feira era reservada para as apresentações das bandas Tópaz e Bidê ou Balde. Eu me atrasei, e não consegui assistir ao show da Tópaz, mas notadamente o público da banda estava em peso no opinião, e há de se dizer, era esmagadora maioria. Legal foi ver que ninguém arredou o pé, chegou ainda mais gente entre os shows (que vale lembrar, começaram todos pontualmente), e o público foi, no fim das contas, ainda maior que na segunda-feira.

   Bidê ou Balde

   Me atenho ao show que assisti. A Bidê escolheu seu último disco, "Eles são assim. E assim por diante", um disco que tem 2 músicas bem assimiladas pelo público, mas que na íntegra, a maioria não conhecia ainda, mas nada disso foi problema, pois o show mostrou que esse pode ser um dos melhores álbuns da banda.

    A pegada indie/pop esteve presente, mas com uma dose de rock n' roll que torna a Bidê diferente, um legítimo produto moderno desse tal de Rock Gaúcho. Além de Me Deixa Desafinar e Lucinda, Mesma Cidade, João da Silva e +Q1Amigo foram os pontos altos do tracklist inicial. Claro que depois tivemos um bis com as clássicas, e aí rolou Melissa, Mesmo Que Mude, Microondas e um público muito louco. Momento engraçado foi quando alguém subiu no palco, em Quero Morar em Marte, com uma máscara de ET e simplesmente viajando no palco, foi estranho, mas engraçado.

    A complexidade musical também há de ser lembrada. A banda usa de muitos detalhes, instrumentos e afinações durante seus shows, e quem presta um pouco de atenção nota no trabalho que isso dá. Faixas com gaitas, xilfones e todo um mundo de detalhes, sons e experimentações que deixa o show especial. Foi um baita show, e até onde vi, o show anterior da Tópaz também havia agradado.

    Se alguém quiser comentar o show do Topaz, manda aí pelos comentários!

Thedy Corrêa participando do show da Tópaz





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