quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Republica do Rock: Rosa Tattooada e Cartel da Cevada

        O República do Rock é um projeto que existe há algum tempo, o qual não sei precisar em detalhes no momento, mas que tem como proposta realizar, periodicamente, espetáculos visando “oferecer às bandas melhores condições acústicas e platéias mais atentas”, que reúnem sempre um nome consagrado e outro que ainda busca firmar o pé no cenário musical da capital e do RS. Para contemplar essa proposta interessante, faz-se uso do teatro Túlio Piva, na Rua da República, da Cidade Baixa, e foi lá que no fim da tarde da terça-feira passada (29/11), ocorreu a última edição deste minguante ano de 2011, em grande estilo, diga-se de passagem, pelas mãos da Rosa Tattooada, que receberam um público já amaciado pela Cartel da Cevada, banda já bem conhecida pelos lados de Santa Cruz do Sul.

Entrada do Túlio Piva

Cartel da Cevada em ação
        Confesso que pra mim foi a oportunidade perfeita pra dar uma relaxada, esquecer um pouco desse final de semestre demoníaco na faculdade, e abrir bem os ouvidos para boa música. Foi com essa idéia que me dirigi, ao fim do dia, até a Cidade Baixa com a missão inicial de comprar 1kg de alimento, ingresso simbólico para curtir o evento, pois nem eu tinha tamanha quantidade de comida em casa, hahahaha. O fato é que tal prática é outro lado positivo desse projeto, a entrada é franca, a entrega de 1kg de alimento é sugerida apenas, e felizmente, prontamente atendida pelo público, o que ocasiona cenas ridículas, como um marmanjo comprando 1kg de feijão e cerveja no mercado, mas não nos prendamos em detalhes. Uma vez municiado de suco de cevada e grãos de dicotiledôneas de uso tradicional, e de coloração escura, me dirigi para a fila por senhas, sim, senhas, pois o retrospecto fez a organização tomar este cuidado. Enfrentando os 35 graus de “Forno Alegre”, peguei o fim da passagem de som e ainda pude cumprimentar o Valdi Dalla Rosa, que estava acompanhado do estreante do dia, Dalis Trugillo. Grandes figuras sempre surgem nos eventos produzidos pela Good Music, uma delas é o amigo Kako Rachewsky, que tocava, e agora voltou a tocar, o horror por aí com a Los Garbonas, e outra é o Tazz, que o pessoal de Santa Cruz do Sul e afins se lembrará segurando as baquetas da finada Ebulição, vai aqui meu abraço à esses caras que são muito parceiros.

Tudo do jeito que o diabo gosta
        Uma vez adentrado o recinto, pequeno, aconchegante e charmoso, me veio a preocupação da acústica, e ela veio, ficou de canto meio esquecida e se desfez logo no primeiro acorde da Cartel, pois ela era ótima, me surpreendi bastante. Haviam cadeiras, e as pessoas sentaram nelas (!), “porreéça” isso é um show de rock, e dons bons, vai todo mundo ficar sentado? Infelizmente tentaram! Apesar dos protestos, cheios de razão, do Igor, frontman da Cartel da Cevada, que ali estava gravando alguns videoclipes inclusive. Felizmente o pessoal foi, aos poucos, se levantando, pois o que rolava no palco não permitia ficar sentado.

Mulherada toma o palco no fim dos shows da Cartel
        O som da Cartel da Cevada é escrachado, sem compromisso moral, é simples e direto, não tem frescura, e sai do “lugar comum” em que vejo tanta gente estacionada tentando fazer heavy metal. Eles usam e abusam da veia teatral que possuem, o seu quinto elemento é maligno, é o próprio tinhoso, tinhoso poeta, cuspidor de labaredas, e malévolo distribuidor de cerveja que foi impedido de fazê-lo pelas normas da casa, pena, mas a irreverência não foi prejudicada, e como a banda é boa, com boas composições, foi um show excelente.

   
 Um comentário que gostaria de fazer sobre “pseudo-intelectuais” que andam reclamando das pirotecnias e teatralização nos shows da Cartel: Vão pro Inferno! Ou não, porque o diabo tem conluio com os caras, não seria produtivo. Pouca gente tenta inovar, aí quando inovam, reclamam?! Querem o quê, as mesmas coisas de sempre feitas com um retoque ali e outro aqui, que te entretenha por alguns minutos, antes de te lembrar de algo que já ouviste? Ahh, vão à...

Sempre sai uma foto com o Valdi assim.
       Uma vez recuperado da quebradeira promovida pela Cartel da Cevada, pude acompanhar a estréia do novo baterista da Rosa Tattooada, Dalis Trugillo. Missão difícil pro cara, substituir uma lenda das baquetas no estado, que apresentava uma presença de palco rara de se ver no cenário nacional e co-fundador da banda. A saída de Beat Barea causou apreensão nos fãs da banda, que dava indícios de trabalhar em um novo álbum e de que tinha grandes planos, mas no fim das contas, saímos gratos e aliviados, temos um excelente “novo” baterista, ponho entre aspas esse “novo” pois o mesmo já havia participado de uma turnê da banda, na ocasião do Hard Rock Deluxe, e é amigo de longa data de Jacques Maciel, ou seja, ficou tudo meio por casa mesmo. Atenho-me de comentários técnicos, pois a bateria é um instrumento que não consta na minha lista de saberes... Mas são notáveis algumas modificações em viradas, e alguns trechos, dando toque pessoal às musicas executadas na ocasião e mostrando à que veio.

        O show contou com algumas surpresas, a primeira delas foi a execução de Tão Longe, música que não consta em nenhum disco oficial da banda, e é conhecida só pelos fãs mais “troo" mesmo. Outra boa surpresa foi a informação de que lançarão um álbum no fim do primeiro semestre do ano que vem, “após o verão”, para usar as palavras ditas. Ficamos no aguardo, ansiosos, pois se o nível for mantido o mesmo dos dois primeiro “single’s”, Rock N’ Roll Até Morrer e Hard Rocker Old School, vem por aí um baita disco. Encerrando esse tijolo literário, fico feliz em dizer que além de assistir um baita espetáculo, saí com a certeza de que verei coisas muito boas vindas da minha banda gaúcha preferida.



Recordação pro fã aqui, conseguida graças ao Tazz, vlw!!

    Estou mal de equipamento pra gravar, mas se alguém quiser, tá aí o link de Tão Longe, gravada por mim: http://www.youtube.com/watch?v=iH0dj--Gk3o
   O áudio está péssimo, por isso não incluí a visualização aqui.

    Aqui vai, mesmo com o poema pela metade,  como se fez a genitália feminina (sim, a buceta):
    Segundo o entendido ali, 7 seres contribuiram
    O primeiro foi o açougueiro, que veio e deu um talho;
    O segundo foi o carpinteiro, que fez um buraco de a forma com o formão;
    O terceiro foi o alfaite, que forrou de veludo o interior...

    
    

Um comentário:

  1. Muito legal e esta na hora da Rosa Tattooada voltar pra Santa Cruz

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