terça-feira, 28 de maio de 2013

Um show de rock progressivo do Yes!


      A noite do último domingo, em Porto Alegre, foi para mostrar que o rock progressivo segue tendo força no mundo da música. Como disse o vocalista da banda que abriu o show do Yes no Teatro Araújo Viana: “Hoje é a prova de que tocar rock progressivo nos dias de hoje não é uma missão impossível”. E aí, a banda gaúcha Apocalypse, mandou uma versão do tema do filme Missão Impossível para ilustrar o fato. Mas a prova mesmo do que foi falado, estava no local lotado e o público de todas as idades ansioso para ver os músicos que marcaram os anos 70 pelas suas composições únicas.

Yes, 45 years tour, Araújo Viana em Porto Alegre
Platéia alta central, R$ 130,00, 26/05/2012

Jon Davison - Vocal
Steve Howe - Guitarra
Geoff Downes - Teclados
Chris Squire - Baixo
Alan White - Bateria


      O Yes, em turnê pelo Brasil comemorando 45 anos de estrada, teve seu auge há 30 anos atrás. E, sebendo disso, veio a Porto Alegre relembrando aquela época. Para um reformado Araújo Viana lotado, o quinteto inglês tocou três álbuns clássicos da década de 1970. Relembrar discos consagrados do passado tem sido comum entre bandas antigas, mas poucas tem tanto a mostrar quanto estes caras. O Yes, que teve uma fase pop de maior sucesso nos anos 80, presenteou os verdadeiros fãs da banda com um set únicamente com o melhor do progressivo.

      Na sequência, sem parar e mantendo a ordem original das músicas, a banda tocou os álbuns Close to the Edge, de 1972, Going for the One, de 1977, e The Yes Album, de 1971, para o delírio daqueles que podem ter esperado a vida inteira por este momento. A primeira música do show foi a que dá nome ao disco de 72, Close to the Edge. Como de praxe do rock progressivo, o som tem quase 20 minutos de duração. Mas, não precisou de nem metade disso para a maior preocupação da maioria dos presentes ir embora. O vocalista do Yes não é mais o lendário Jon Anderson. O nome é até parecido, mas a troca de vocais em uma banda clássica é sempre complicado. Porém, Jon Davison - um guri, se comparar com os outros - se mostrou uma répica do original lá nos primeiros anos de sucesso.


      No decorrer do show, um desfile de clássicos. A segunda música já fez lágrimas escorrerem, de jovens a pessoas de mais idade. A balada And You And I foi linda! Os membros originais, já com suas rugas e cabelos brancos, mostravam animação e se divertiam no palco. Chris Squire, líder da banda no baixo, e Steve Howe, na guitarra, eram os grandes destaques da noite.

      Awaken, com 15 minutos, do álbum Going for the One, foi outro grande momento, quando Squire usou um instrumento triplo que surpreendeu a todos. Já do The Yes Album, vieram as mais famosas do grupo. O início, com Yours Is No Disgrace, já fez o público levantar. Porém, a segunda música se trata de uma instumental apenas com Howe e um violão. O músico, conhecido por não ser muito simpático, ficou sozinho no meio do palco e fez todo o Araújo Viana aplaudir de pé sua música chamada The Clap. Starship Trooper, I've Seen All Good People e Perpetual Change foram outros destaques desta parte final do show.


      O público, ao final, se levantou para ovacionar os músicos após o show histórico na capital. Para a surpresa eles, sem nem ao menos sair do palco, já fizeram o bis. Um dos maiores hits do grupo, Roundabout do álbum Fragile de 1971, encerrou com uma versão extendida que teve mais de 10 minutos. Para esta, o público não se aguentou e foi ficar de pé na frente do palco para se despedir destas lendas do progressivo.

      Ao final, muitos agradecimentos da banda para aqueles que prestigiaram quase três horas de espetáculo. O Yes sabe o que seus fãs querem ouvir. E foi isso que eles fizeram, um show para o público, que respondeu com um teatro lotado e muitos aplausos. Ainda é possível fazer rock progressivo nos dias de hoje. A prova está aí!

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