terça-feira, 15 de outubro de 2013

Sabbath marca pelo peso e por loucura de Ozzy

Review do show do Black Sabbath em Porto Alegre, no dia 09/10

      De Santa Cruz saíram dois ônibus lotados e mais um micro. Num total de aproximadamente 125 pessoas. Sei de outras excursões que partiram de Venâncio e de Cachoeira. Muita gente da região curtindo esse momento histórico em Porto Alegre. Na sequência, segue meu review, publicado no jornal Gazeta do Sul da última sexta-feira.

Black Sabbath Porto Alegre (Foto: Bruno Alencastro/Agência RBS)

      Aos 64 anos, o vocalista do Black Sabbath, Ozzy Osbourne, compartilhou um pouco de sua loucura com uma legião de fãs que foram o assistir, acompanhado de seus companheiros de banda, em Porto Alegre. No show realizado na última quarta-feira, o frontman, vestido e maquiado de preto, empolgou o público, correu, pulou e brincou. A alegria de Ozzy, foi a certeza de diversão das mais de 30 mil pessoas que compareceram ao Estacionamento da Fiergs para a noite que ficará na história de cada um desses rockeiros.

      Meia hora antes do combinado, as luzes se apagaram e a voz marcante de Osbourne ecoou pela primeira vez no enorme estacionamento onde o show foi realizado. O público, já aquecido com a grande abertura proporcionada pelo Megadeth, respondeu ao vocalista que logo começou a brincar. Imitando um cuco, Ozzy proporcionou risadas dos ansiosos rockeiros. A brincadeira se repetiu durante o show, o obrigando a rir e comentar: “I'm fucking crazy”.

      Por volta das 21h40 (o show estava previsto para as 22 horas), uma conhecida sirene fez as 30 mil pessoas gritarem. O início do show com a clássica War Pigs fez os rockeiros pularem e cantarem com todas as forças. Ao longo do show, com duas horas de duração, as músicas que se destacaram foram as dos dois primeiros álbuns da Sabbath, lançado há mais de 40 anos, em 1970. Do disco homônimo veio N.I.B., com fantástico solo do baixista Geezer Butler. Já o álbum Paranoid foi aquele que mais teve músicas no show. Destaque para a clássica Iron Man, que fez o público cantar cada riff de guitarra, e Fairies Wear Boots, provando que a voz de Ozzy ainda está ótima forma.

      Do disco novo, três músicas. Age of Reason foi a primeira a aparecer. Mesmo com todo o peso e ótimos solos de Tony Iommi, a novidade não empolgou. Já End of the Beginning, que abre o álbum, levantou mais o público, e o single, God Is Dead, foi cantando como se fosse uma das clássicas do grupo. O encerramento do show veio com Dirty Women e com a proposta do Ozzy: “Vamos tocar mais uma. Se vocês forem muito loucos, talvez duas”. E, com Children of the Grave, o pedido foi atendido. O público pulou e foi a loucura com toda a empolgação dessa clássica de peso do Sabbath.

      A mais uma prometida pelo vocalista foi Paranoid. Com a introdução de Sabbath Bloody Sabbath, o maior clássico do grupo proporcionou uma agitação de banda e público surpreendentes para o final do show. Sem muitos recursos visuais, o Black Sabbath proporcionou a noite histórica aguardada pelos rockeiros gaúchos. Ozzy, Iommi e Geezer provaram mais uma vez que o título de Pais do Metal é justo. Por duas horas de show, levaram um público — em sua maioria, de jovens —  ao delírio. A expectativa é que eles possam continuar por muito tempo fazendo o que sabem de melhor: este rock sombrio e pesado, que por quatro décadas move milhões de fãs por todo o mundo.

Fotos público show do Black Sabath Porto Alegre (Foto: Daniel Bittencourt/G1)

Minha opinião sobre o show, além do review:

      Algo que não citei no texto publicado no jornal que acho importante, é a falta do baterista original Bill Ward. Por mais que os comentários leigos em minha volta elogiassem muito Tommy Clufetos, eu senti muita falta do sombrio e preciso Bill. As batidas rápidas e fortes do substituto não combinavam com o momento da banda. O show pedia algo mais cadenciado e Clufetos pegou com força. Seu solo, apesar de apresentar bastante qualidade, não me agradou. Se for destacar o principal ponto fraco do show, foi sim o baterista.

      Além disso, o local decepciona pela falta de opção para pessoas com menos de 1,70 de altura. Por não ter arquibancadas e locais com mais elevação, apenas os altos conseguiram assistir o show. No mais, apenas elogios e uma imensa felicidade para o resto da vida por ter visto estes deuses do rock.

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