Sim, eu voltei, e as 20 QUESTÕES também! E para essa reestreia, nada melhor que uma lenda do rock de Santa Cruz: Respondendo as 20 questões, Japa!
1- A quantas anda a banda Toma?
Um pouco sumida, mas ainda vive.
A anos a gente fala sobre o nosso primeiro CD, mas agora é correto afirmar que
ele está a uns 5% de ficar pronto. Só faltam algumas mixes que rolam sempre que
o Noni (vocal) e o Alison conseguem um tempinho pra isso. Shows a gente cansou
de correr atrás, novas bandas surgiram com o pique que a gente tinha
antigamente e nossas tarefas fora da banda acabaram consumindo mais as nossas
energias. Mas normalmente, quando chamam, a gente toca. E o Jeh, junto com o
Faio, já estão trabalhando em composições novas pra, quem sabe, um futuro
segundo CD. Sim, nem lançamos o primeiro ainda e já estamos pensando no
segundo. haha
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Banda Toma: Faio, Jé, Noni, Japa |
2- A pergunta que não quer calar, você é ou não o
primeiro emo de Santa Cruz?
Haha, sabia que viria essa. Mas
não vou ser hipócrita, acho que sou sim. Eu curtia e escutava emocore antes dele virar moda no Brasil. Cheguei a ir em shows de punk rock e hardcore com
camisetas de bandas emo e nunca tive problema. Só tive ideia de que era emo
quando fui num show da Nitrominds (Hardcore de São Paulo) em Estrela e lá uma
mina me perguntou na boa “Tu é emo, né?”... respondi que sim.
3- Em relação a onda emocore, que surgiu na metade
dos anos 2000, como você vê o estilo hoje em dia, foi só uma onda passageira ou
ainda esta presente na cena rock?
Foi uma onda passageira na escala
do tsunami que chegou e avacalhou toda a cena. É fato que ela abriu espaço pra
muitas bandas em todos os lugares, inclusive a TOMA!. Mas adolescentes curiosos
acharam nessa cena o escape que precisavam pra provar novas experiências e
assim a música, incluindo o visual, começou a ser atribuído ao homossexualismo.
Desvirtuaram tudo e o emocore ficou taxado com preconceito. Se tu curte a
música, foda-se o que os outros pensam. Chegou uma época que a moda nem era
mais ser emo, e sim odiar os emos. Eu não tenho preconceito nenhum em dizer que
já fui um. E acho que hoje não existe mais isso por que essa cena pegou muita
gurizada na adolescência, que normalmente é bitolada nos gostos musicais... o
cara cresce, conhece bandas de estilos diferentes a aprende a apreciar.
4- A musica “faz tanto tempo”, tem uma levada hard
rock, isto aponta um novo direcionamento musical da banda?
A banda amadureceu em todos esses
sete anos e meio de existência. No começo tocávamos só o que a gente gostava,
hoje já tentamos unir os nossos gostos com o que o público gostaria de ouvir.
Se o Jeh curte um metal, não tem porque não tocar algo mais pesado, ou algo
mais pop pelo Noni, ou mais The Offspring
pelo Faio. Nosso CD tem baladinha, tem punk rock, tem peso e tem pop.
5- O que você esta achando da cena atual, tem
alguma banda da cidade que te chame a atenção?
Só por existir, a cena já ta
ótima. E tenho certeza que ela nunca morrerá. Todo final de semana tem algum
evento de rock, seja sempre na mesma casa ou em alguma outra. E se não for
aqui, pertinho pela região o cara encontra. Gostei muito da Ópio (acho que era
esse o nome hahaha). Fui num show e meteram um Rage Against the Machine nervoso.
E gostei muito das próprias, dos riffs e da presença de palco.
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Japa e o mestre, supremo e absoluto, Inri Cristo |
6- Qual o melhor e o pior momento que você já
passou no rock?
O melhor foi dividir o palco com
bandas que a gente sempre curtiu, como Fresno, Abril e Emoponto. O melhor ainda
é encontrar com esses caras anos depois e eles se lembrarem de tudo. E viajar
por aí... saudade disso. Dá uma correria do caralho, mas no final é sempre
divertido. E o pior é as indiadas que o cara entra, haha. Som precário, já
toquei ouvindo só a bateria, não ouvia nem o vocal. Já tocamos em cima dum
caminhão... E uma vez tocamos em Venâncio Aires, no meio do show acabou a
luz... ficamos uns 20 minutos parados no palco e quando a luz voltou, um maluco
gritou “desliga a luz de novo!”.
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Toma & Fresno, duas bandas regadas a Leite com pera e ovo maltino |
7- Já sofreu algum preconceito por gostar de emocore?
Já, nunca agressivo... Mas muita
gente da cena me virava a cara na rua ou fazia questão de me ignorar. E isso
refletia na banda, chamavam a gente de viado... mas onde a TOMA! tocava tava
sempre cheio de mulher e aí todo mundo ia pra lá. E até já houve boicote em
nossos shows, uma vez saíram espalhando que a gente desregulou todo o som pra
próxima banda num festival, sendo que nem nos volumes a gente mexeu.
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Duas lendas do rock: Japa tomando sua vitamina de leite com pera e Victor"sorriso adolescente"Moraes, o ex- stalley, ex- rockeiro, ex- headbanger- ex- emo, ex- clubber, ex- etc... |
8- Chegou a distribuir muitos autógrafos na época
de ouro da Toma?
Não deve ter passado de 10... mas
tirei muitas fotos. hahaha
9- Avalie os seguintes baixistas de 0 a 10, sendo 0 um catador de milho e 10
um rei dos graves;
Steve Harris: 9 (não dou 10
porque o Diego ex-TOMA! só ouvia a porra do Iron Maiden quando eu ia jogar
vídeo game na casa dele e peguei nojo da banda)
Duff: 7
Pelanza: Confesso que nunca prestei atenção nas musicas da Restart, mas dou 7
só porque ele pegou a Ellen Jabour
Tavares: 8, o cara é guitarrista desde o berço... mas segurou super bem o tempo
que esteve nas quatro cordas da Fresno.
Canisso: 9 (Raimundos, porra!)
10- Existe alguma banda da cena mundial que deveria
se aposentar?
Banda não, mas o Axl Rose podia
morrer já.
11- Como todo bom emo, você chegou a cortar os
pulsos ou beijar rapazes?
HAHAHAHA. Óbvio que não pras duas
perguntas. A galera que fazia isso era fraca da cabeça e precisava chocar a
sociedade de alguma forma. Eu só curtia o som e me vestia igual porque achava
maneiro. Uso calça skinny até hoje, só que alguns números maiores porque
engordei e meu saco ficou maior também. E defendi o emocore porque sou contra a
qualquer preconceito, sendo que o musical é um dos mais babacas.
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" eu nunca beijei rapazes" |
12- Conta a lenda, que a Toma já chegou a se
apresentar em uma pizzaria, isto confere?
Verdade, e tá no topo da nossa
lista de melhores shows. Foi no famoso troca-troca de shows, trouxemos uma
banda de Agudo pra tocar aqui e eles levaram a gente pra tocar em Agudo.
Chegamos lá e o lugar era uma pizzaria, tinha alguma galerinha pra assistir o
show, mas tinha mais gente que tava lá por que queriam apenas comer pizza. Casa
lotada e começamos a tocar. Quando vimos tava todo mundo animado curtindo o
show. No final fomos aplaudidos de pé por toda a pizzaria lotada e muita gente
pedia bis de músicas próprias que nunca tinham ouvido antes. Foi demais,
inesquecível.
13- Se você pudesse convidar para um festival, 5
bandas, quais seriam?
- Raimundos (com Rodolfo, porque
o Digão é estrela demais... um bosta como pessoa)
14- Japa você é um grande fã de super heróis e
quadrinhos, se pudesse ser um personagem, qual gostaria de ser?
Deadpool, conhecido como
“Mercenário Tagarela”. É um babaca que só fala merda e ainda possui o segundo
mais potente fator de cura da Marvel. Me identifico com ele. hahaha
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Emo ativo faz a barba com Katana |
15- Você também é um grande fã dos filmes de
Tarantino, você gostaria de fazer a trilha sonora de qual filme?
Tarantino é genial e não mudaria
nada que ele fez. Mas seria louco uma versão de Alta Fidelidade (High Fidelity)
do John Cusack, só com bandas nacionais
nos Top 10 dele.
16- Você já pensou em deixar de lado toda essa
historia de ter banda?
Já. Ás vezes tu espera dias pra
tocar, esperando ser um puta show e aí não ocorre como esperado por inúmeros
fatores. E o cara cresce e cada vez agrega mais responsabilidades como emprego
e faculdade que tomam muito o tempo do cara. Sem falar que sou um bosta no
baixo, hahaha. Eu sei e todo mundo sabe disso, mas ninguém fala nada. Hahaha.
Mas aí de repente o cara nem espera nada de um show e ele acaba entrando na
lista dos melhores, essa surpresa é ótima. Estávamos a mais de um ano sem
tocar, e quando voltamos foi maravilhoso. Apareceu muita gente das antigas e
gente nova dizendo que o show tava animal e que a gente não devia ter ficado
tanto tempo parado. Teve até gente que eu nem conhecia direito que chegou e
disse “Cara, Livros é de vocês? Que massa, tenho essa música no PC a uns cinco
anos e nem sabia quem tocava. Muito foda!” Isso tudo motiva e não deixa o cara
parar.
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Fã com a camiseta da banda Toma |
17- Qual musica gostaria que tocassem em seu
funeral?
Música eu não sei... mas gostaria
que alguém falasse “Olha! Ele está se mexendo!!!”
18- Chegou a existir alguma rincha entre a Toma e
outra banda emocore?
Chegou. No começo a TOMA! e a
Cherlock tocavam juntos, mas eu não curtia isso. No colégio eu e o Diego
Tafarel não nos dávamos muito bem. Ele, que no tempo ainda tocava na Mente
Livre eu acho, não ia com a minha cara e falava mal da TOMA! por aí, hahaha. Mas
depois a gente sentou, conversou e acertamos tudo. Hoje tá tudo tranquilo e normal,
até já tocamos junto em uma banda paralela.
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Neste verão, tome um delicioso e refrescante banho de chuveirinho com o Japa |
19- Qual disco gostaria de ter gravado?
O primeiro, homônimo, da CPM 22
ou o Loved da Hateen (Baita CD, baita banda no tempo que era inglês).
20- O que podemos esperar do Japa e da Toma neste
2013?
Vou emagrecer e a TOMA!, enfim,
lançará o seu primeiro CD prometido a anos. Se não lançar, tatuo o logo da
banda na minha bunda (a promessa fica eternizada aqui).
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"aqui tem sacolé pra todos os gostos" |